Adelmo Carneiro Leão, que votou a favor da primeira, e Caio Narcio, contra, manterão o mesmo posicionamento quando o processo chegar ao plenário da Câmara Federal
Deputados Adelmo, Aelton, Caio e Marcos Montes ainda têm prazo para discutir com suas bases sobre como votar na segunda denúncia contra Temer
A nova denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer (PMDB) deve ficar parada até a próxima semana no STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no tribunal, decidiu que vai esperar o julgamento de um pedido para suspender a tramitação da denúncia até que “questões preliminares" envolvendo as provas da JBS sejam resolvidas.
A Corte começou a analisar o pedido esta semana e deverá se posicionar na próxima quarta-feira (20). Só depois o caso será enviado para a Câmara dos Deputados se manifestar sobre a autorização ou não da abertura da investigação contra o presidente da República.
Enquanto a segunda denúncia contra Temer não chega ao Congresso, parlamentares ganham prazo para discutir com as lideranças partidárias sobre o voto. Em agosto, a Câmara Federal rejeitou a primeira denúncia.
Dos deputados da região, somente Adelmo Carneiro Leão (PT) votou a favor da continuidade do processo no Supremo. Aelton Freitas (PR), Caio Narcio (PSDB) e Marcos Montes (PSD) foram contrários, justificando que o eventual afastamento do presidente atrapalharia a recuperação da economia.
Líder da bancada do PSD, Montes afirma que ainda não definiu o posicionamento em relação à nova denúncia. Segundo ele, é necessário verificar se existe fundamentação no material para decidir a conduta a ser tomada em plenário agora. “Primeiro precisamos saber qual é a nova denúncia e a consistência. Não podemos viver nessa situação de denuncismo. Se for consistente, é claro que terá uma avaliação diferenciada, principalmente neste momento em que a economia já descola da crise política. Vamos esperar o documento e fazer as avaliações”, pondera.
Na mesma linha, o deputado federal Aelton Freitas (PR) manifestou apenas que não definiu o voto e aguarda orientação do partido sobre o assunto.
Já o tucano Caio Narcio adiantou que vai manter o mesmo posicionamento da primeira votação, mesmo se o voto for diferente da indicação do partido. Em agosto, ele rejeitou a abertura de investigação no STF, agindo em desencontro com a liderança do PSDB, que orientou deputados a votarem a favor da admissibilidade do processo.
Adelmo Carneiro Leão (PT) também declarou que vai manter o voto favorável à continuidade da apuração da denúncia no Supremo. Questionado, o petista disse esperar um novo posicionamento dos parlamentares em plenário sobre a atual representação, mas também argumentou não acreditar que o resultado da votação será diferente.