POLÍTICA

Sem imunidade da delação, STF decide manter Ricardo Saud e Joesley presos

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anulou ontem imunidade penal concedida aos delatores da JBS

Gisele Barcelos
Publicado em 15/09/2017 às 22:51Atualizado em 16/12/2022 às 10:30
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anulou ontem imunidade penal concedida aos delatores da JBS e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão por tempo indeterminado de Joesley Batista e Ricardo Saud. Ontem mesmo o ministro Edson Fachin, do STF, decidiu manter por prazo indeterminado as prisões dos delatores. Os dois cumpriam prisão temporária desde domingo (10), cujo prazo de cinco dias venceria ontem.

Para sustentar o novo pedido de prisão, Janot informou ao ministro Edson Fachin que decretou a perda da imunidade penal concedida a Batista e Saud por ter concluído que os acusados omitiram informações da PGR durante o processo de assinatura do acordo de delação premiada.

Com a imunidade revogada, Joesley e Saud também foram denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF) no mesmo processo que envolve o presidente Michel Temer e integrantes do PMDB. “O procurador-geral da República concluiu que houve omissão deliberada, por parte dos referidos colaboradores, de fatos ilícitos que deveriam ter sido apresentados por ocasião da assinatura do acordo”, diz trecho da denúncia.

Na acusação sobre obstrução de Justiça, Janot sustenta que Temer atuou para comprar o silêncio do doleiro Lúcio Funaro, um dos delatores nas investigações e que teria sido o operador do suposto esquema. A suposta interferência teria ocorrido por intermédio de Batista e Saud, que também são acusados do mesmo crime.

Na quarta-feira (13), a defesa dos acusados pediu ao Supremo concessão de liberdade aos acusados. Na petição, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro reafirmou que os acusados jamais cooptaram o ex-procurador da República Marcello Miller para atuar a favor da JBS e que não omitiram informações da PGR.

Ontem, Joesley e Saud ficaram calados durante depoimento sobre o áudio que aponta suposta interferência de Miller para ajudar nas tratativas de delação premiada. A estratégia foi adotada por orientação da defesa, após os rumores ao longo do dia ontem sobre a perda da imunidade dos dois delatores.

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