O Ministério Público e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagraram, ontem, operação Café Amargo, que mirou agentes públicos do Departamento de Trânsito (Detran-MG) de Uberlândia e despachantes daquela cidade. A ação cumpriu 11 mandados de prisões temporárias e 24 de busca e apreensão.
Conforme informações repassadas ao Jornal da Manhã, as investigações começaram há cerca de um ano e detectaram, segundo comunicado, “um esquema estruturado e permanente de corrupção no âmbito da Delegacia de Trânsito de Uberlândia (Detran), envolvendo policiais civis e despachantes”.
Os suspeitos cobravam propinas denominadas como “taxa de aceleração” e “taxa de urgência” para obter vantagem financeira. O grupo teria atuado na emissão de documentos, na pontuação de CNHs, entre outros.
Os valores cobrados variavam de acordo com o serviço, indo desde a aprovação de veículos irregulares em vistoria, consultas em sistemas policiais internos e restritos, até com a retirada de restrições de veículos com impedimentos.
As investigações constataram que o esquema contava com a participação de cartórios de notas, os quais facilitavam e agilizavam reconhecimentos de firmas sem a adoção dos procedimentos legais.
Os investigados são acusados de corrupção passiva e ativa, associação criminosa, peculato eletrônico, falsificação de documento público, prevaricação e falsidade ideológica.
Dois dos 24 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Catalão-GO. As provas coletadas serão encaminhadas à Corregedoria da Polícia Civil para adoção das medidas pertinentes. A ação começará a ouvir os investigados na próxima semana e as investigações continuam sob segredo de Justiça.