POLÍTICA

Confrontos e vandalismo marcam protesto contra Temer em Brasília

A confusão começou quando os manifestantes tentaram furar uma barreira feita pela polícia e se aproximar do Congresso Nacional

Gisele Barcelos
Publicado em 25/05/2017 às 10:51Atualizado em 16/12/2022 às 13:07
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Confronto com a polícia e vandalismo marcaram protesto contra o presidente Michel Temer (PMDB) em Brasília ontem. Dois ministérios foram incendiados e prédios depredados durante o ato. Cerca de 250 pessoas saíram de Uberaba para participar da manifestação na capital, mas não há informação se o grupo também estava envolvido no tumulto.

A reportagem do Jornal da Manhã tentou contato com os sindicalistas integrantes da caravana que saiu de Uberaba para o protesto em Brasília, mas, até o fechamento desta edição, nem um deles foi localizado para falar sobre o confronto e os atos de vandalismo que ocorreram durante o protesto.

A confusão começou quando os manifestantes tentaram furar uma barreira feita pela polícia e se aproximar do Congresso. Um grupo pequeno de pessoas com rostos cobertos provocaram os policiais, jogando garrafas de água e pedaços de madeira contra os agentes. Em reação, policiais militares a cavalo lançaram bombas e atiraram balas de borracha em direção aos manifestantes no gramado da Esplanada.

Em meio ao confronto, grupos colocaram fogo em parte dos ministérios da Agricultura, do Planejamento e da Cultura. Também houve atos de vandalismo nos prédios do ministério da Fazenda, Minas e Energia, Planejamento e Turismo. Fachadas foram pichadas com palavras de ordem como "fora, Temer" e "diretas já", além de terem vidraças quebradas e objetos danificados. Funcionários foram retirados às pressas de todos os prédios por segurança.

Durante o tumulto, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, realizou pronunciamento à imprensa e declarou que tropas federais foram acionadas para reforçar a proteção na região da Esplanada. A medida foi formalizada por meio de decreto presidencial  publicado em uma edição extra do "Diário Oficial da União". O texto prevê o emprego das Forças Armadas até o dia 31 de maio.

Realizadas exclusivamente por ordem expressa da Presidência da República, as missões das tropas federais ocorrem nos casos em que há, segundo o Ministério da Defesa, "o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem".

Na noite de ontem, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou nota sobre o ato “Ocupa Brasília”. A entidade considerou um sucesso a manifestação e avaliou que 200 mil pessoas estiveram presentes. Quanto aos atos de violência, a nota destaca que “quando o início da Marcha chegou próximo ao Congresso Nacional, o Estado mostrou sua falta de preparo para receber uma manifestação democrática e a polícia, mais uma vez, agiu de forma repressora, como sempre faz em atos de trabalhadores e trabalhadoras, que hoje, em Brasília, exerciam seu legítimo direito de manifestação. Milhares de mulheres, e homens, jovens e crianças foram recebidos com balas de borracha e gás lacrimogêneo”. O texto diz ainda que o presidente Temer se aproveitou desta situação “para invocar as Forças Armadas para a defesa da "ordem", lembrando os piores momentos da ditadura militar”, concluiu.

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