POLÍTICA

Operação em Uberaba apreende materiais de suspeitos de desvios de recursos na área da Saúde

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Uberaba e Ribeirão Preto em investigação que tem como alvo, inclusive, ex-funcionários do Mário Palmério

Gisele Barcelos
Publicado em 13/05/2022 às 14:55Atualizado em 18/12/2022 às 22:40
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Clínica em Ribeirão Preto foi um dos alvos de busca e apreensão realizadas pelo Ministério Público e Polícia Civil (Foto/Jairo Chagas)

Em investigação conjunta para apurar desvio de recursos na área da Saúde, o Ministério Público e a Polícia Civil cumpriram nesta sexta-feira (13) cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Uberaba e Ribeirão Preto. Os alvos das buscas são suspeitos de lesarem os cofres públicos por meio de pagamento de consultas médicas e procedimentos cirúrgicos não realizados ou executados de forma irregular. Ninguém foi preso durante a operação. Segundo o chefe da Polícia Civil de Uberaba, delegado-geral Felipe Colombari, as denúncias envolvem contrato firmado entre o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Grande (Cisvalegran) e o Hospital Universitário Mário Palmério para atender as prefeituras ligadas ao órgão.    Columbari explica que foram detectados indícios de apropriação indevida de recurso público porque a verba do consórcio teria sido repassada a uma clínica oftalmológica em Ribeirão Preto para pagar procedimentos não foram executados ou mesmo para cobrir atendimentos realizados a pacientes de cidades que não fazem parte da região do Cisvalegran. Ele salienta que foram identificados casos, inclusive, de pagamento por atendimento a residentes de outros estados. 

De acordo com o chefe da Polícia Civil, dois ex-funcionários do hospital teriam agido isoladamente e seriam os responsáveis pela suposta fraude que possibilitava o pagamento indevido à clínica pelos procedimentos não realizados ou executados de forma irregular. Os dois suspeitos já foram desligados da instituição anteriormente à operação. “No primeiro momento, não existe nada até agora de irregularidade por parte do consórcio, do hospital e nem universidade mantenedora do hospital. O que estamos investigando são funcionários que possibilitavam os pagamentos indevidos à clínica”, pondera. O delegado aponta que está sendo apurado se os ex-funcionários recebiam algum tipo de vantagem financeira para viabilizar os pagamentos indevidos à clínica com o dinheiro público. “A investigação vai se aprofundar para comprovar se isso ocorreu ou não”, acrescenta.   Conforme o chefe da Polícia Civil, o cálculo do valor que teria sido desviado por meio do suposto esquema não está finalizado porque é preciso verificar o custo de cada cirurgia ou consulta paga de forma irregular. No entanto, a estimativa é que montante total representa um possível prejuízo considerável aos cofres públicos. “O valor específico do dolo ao patrimônio público ainda não conseguimos informar, mas é algo bem exorbitante que poderia ter sido revertido em prol da população”, salienta.   Os mandados de busca e apreensão foram expedidas pela 1ª Vara Criminal de Uberaba, no âmbito de investigação criminal que apura crimes de tráfico de influência, falsificação de documentos públicos, peculato e associação criminosa.    Em Ribeirão Preto, as buscas foram realizadas em um imóvel residencial de dois suspeitos e também na clínica oftalmológica pertencente aos acusados. Já em Uberaba, a operação atingiu as casas de dois ex-funcionários do Hospital Universitário Mário Palmério que estão sendo investigados e ainda na empresa de um deles.   Foram apreendidos na operação seis aparelhos de telefone, um notebook e dezenas de contratos e documentos envolvendo as ações desenvolvidas com os recursos do Cisvalegran.“Agora vamos analisar o conteúdo dos documentos apreendidos e confrontar com as provas que estão no inquérito policial, que indicam fraudes em alguns procedimentos realizados”, finaliza o delegado.    Devido à operação em andamento, Columbari adianta que foram verificados também rastros em outros municípios do Triângulo Sul e a Polícia Civil pretende ir atrás e checar possíveis irregularidades na região, com a nova estrutura da Unidade de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro,. “Vamos verificar contrato por contrato se não houve irregularidades envolvendo outros locais”, finaliza o delegado. 

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