Foto/Jairo Chagas
Em entrevista ao Pingo do J, Fábio Baccheretti afirmou que a variante Delta, apesar de estar com transmissão comunitária em Goiás, ainda não circula em Minas, mas que a vigilância do Estado foi reforçada
Por proximidade com Goiás e São Paulo, Estado reforçou vigilância no Triângulo Mineiro em relação à variante indiana Covid-19. A informação é do secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, que falou sobre a situação em entrevista à Rádio JM na manhã desta quarta-feira (23).
Baccheretti esclareceu que, até o momento, não há registro de caso suspeito de contágio pela cepa indiana no Triângulo Mineiro. No entanto, a localização geográfica traz preocupação sobre a possível entrada da variante Delta no Estado.
"Pelo histórico de ser um local de Minas com um vínculo muito intenso com São Paulo e Goiás. São Paulo por ter uma grande transição de pessoas é uma porta de entrada importante. Já Goiás é uma local próximo daqui e que já reconhecemos uma transmissão [da variante Delta] dentro do próprio território brasileiro", salientou.
De acordo com o secretário estadual, a confirmação do primeiro caso de contaminação pela variante indiana em Goiás acendeu um alerta. Com isso, a testagem genômica está sendo intensificada no Triângulo para garantir mais eficiência no enfrentamento do vírus.
"Estamos sim atentos às regiões mais próximas de Goiás nas testagens genômicas para, caso a gente identifique a variante Delta, consiga atuar com vigilância mais robusta e as medidas sanitárias devem ser revistas, especialmente num momento que a gente faz a reabertura por melhoria dos indicadores", acrescentou.
A Secretaria de Estado de Saúde já anunciou esta semana que aumentou a testagem com teste de antígeno, que fica pronto em 3 horas e permite uma resposta mais rápida. Caso haja alguma amostra com a variante Delta, será adotará o mesmo procedimento realizado com morador de Juiz de Fora que teve a contaminação confirmada pela nova sepa em maio, após retornar de viagem à Índia. Será feito trabalho de descoberta e isolamento do paciente, bem como de pessoas que tiveram contato com o infectado.
O secretário estadual ainda admitiu que há indícios de que a variante P1 de Manaus, mais infectante que outras cepas, entrou em Minas Gerais pelo Triângulo Mineiro.
"Foi aqui que começou a P1. A P1 começou no Triângulo Mineiro", declarou.
No entanto, o secretário argumentou que não é possível especificar se transferência de pacientes de Manaus para tratamento em Uberaba no início do ano teria sido o motivo. Segundo ele, é mais provável que a transmissão tenha ocorrido pelo deslocamento de pessoas entre cidades no interior paulista.
"A entrada da P1 no Estado não sabemos por onde aconteceu, mas muito provavelmente o vínculo com o interior paulista é muito mais intenso que qualquer outro fator porque São Paulo é um local com grande circulação de pessoas, onde a variante P1 na região Sudeste se transmitiu de forma mais rápida", ponderou.
Segundo o titular da pasta em Minas, os estudos de sequenciamento genômico mostram que atualmente a P1 é cepa predominante no Triângulo Mineiro.
"Hoje a P1 é a mais prevalente no Estado todo, especialmente no Triângulo e na região Noroeste. Essa variante representa mais de 90% dos casos de Covid-19", disse.
Questionado, o secretário estadual de Saúde posicionou que ainda não há estudos que mostrem que a cepa indiana é mais transmissível que a P1, identificada primeiramente em Manaus. "Não sabemos se ela é mais infectante que a P1, mas ela é mais infectante que a (variante inicial) do ano passado e que a variante do Reino Unido", finalizou.