POLÍTICA

Movimento grevista atravessa veículos na garagem para impedir saída de ônibus

Larissa Prata
Publicado em 12/05/2021 às 08:04Atualizado em 19/12/2022 às 03:50
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Movimento paredista de motoristas do transporte coletivo ganhou novos contornos na manhã desta quarta-feira (12) em Uberaba. Segundo informações obtidas pelo Jornal da Manhã, dois ônibus foram atravessados na garagem de modo a impedir os demais motoristas de trabalhar, configurando piquete não pacífico. A informação foi confirmada ao radialista Hélio Jr, durante seu programa na Rádio JM, pelo secretário de Defesa Social, Glorivan Bernardes. 

“Nesta madrugada o movimento paredista atravessou dois ônibus na porta da garagem e isso causou atrasos, até que se negociou e tirou esses ônibus de lá da porta da Transube, porque tivemos que acionar a Guarda Municipal e a Polícia Militar, se retirou e o sistema se prepara para rodar com os 80% agora pela manhã. Esse fato já gerou boletim de ocorrência e nós vamos encaminhar à Justiça do Trabalho e vamos avaliar. Eventualmente há atrasos e esses 80% determinados pela Justiça estão sendo cumpridos. Caso contrário nós vamos fazer comunicação à Justiça do Trabalho e não vamos abrir mão da multa diária de R$ 100 mil do sindicato”, explicou o titular da pasta.

Neste momento, os ônibus circulam com atraso em Uberaba e tumultos e lotações são registrados, inclusive em imagens enviadas à reportagem do Jornal da Manhã. Os usuários do transporte coletivo devem consultar os horários em tempo real pelo aplicativo BusU ou pelo portal da Prefeitura.

Usuários do transporte coletivo enviaram imagens de ônibus nesta manhã, registrando lotação superior ao permitido pelo decreto municipal

Segue válida a liminar parcial concedida pela Justiça do Trabalho que obriga a categoria a assegurar operação de no mínimo 80% da frota durante a paralisação, sob pena de multa diária. “Não tem alternativa para o sindicato. O sindicato tem que colocar 80% da frota para rodar e se o fizer nós vamos já fazer a comunicação e não abrir mão das multas de R$ 100 mil por dia, se os percentuais estiverem abaixo do determinado”, ponderou o titular da pasta.

Tanto o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Uberaba (Sintracol) quanto a Prefeitura de Uberaba avaliavam ainda ontem a possibilidade de contestar a liminar judicialmente, medida que certamente será adotada pelo Município após o evento desta manhã, segundo assegurou Glorivan Bernardes.

“Nós vamos continuar, e não temos outra alternativa, a não ser persistir na Justiça todo esse cumprimento. Vamos sim entrar com recurso. Esse fato que aconteceu na madrugada, de o movimento parar, atravessar ônibus na porta, nos obriga obviamente a redobrar a energia em julgar ilegal e abusiva a greve e vamos sim (entrar com recurso). O que então até ontem nós deliberávamos como possibilidade de recurso se apresenta como necessário. Vamos recorrer sim. Já vou fazer uma reunião hoje de manhã com a senhora procuradora-geral do Município para poder perseguir a reforma e julgar completamente ilegal e abusiva essa greve”, pontuou o secretário.

Ele descarta negociação com a categoria, tendo em vista a solicitação “impossível” da pauta de reivindicações do movimento paredista. “A gente não tem a menor condição de avançar na pauta que os motoristas querem. Vacina de Covid não vai ser tirada desses lotes de maneira intempestiva e fora do plano de imunização para atender a categoria. Ainda mais com faca no pescoço ou pressão como eles estão fazendo. Outras categorias vão também se sentir no mesmo direito de reivindicar de forma injusta e ilegal como a greve está se apresentando. Então, embora seja um direito, porque a greve é um direito da categoria, mas é uma pauta que não deixa a menor possibilidade de nós negociarmos”, disse.

Glorivan Bernardes ainda cita a vacinação de motoristas do transporte coletivo em Juiz de Fora, a que classifica como fake news. “Ontem mesmo durante a reunião lá na Prefeitura, os representantes do sindicato trouxeram essa notícia de que em Juiz de Fora tinham sido vacinados os motoristas”, informou. “No fim do dia o Claudinei (Nunes, assessor da SDS) trouxe a informação de que não confirmava. Lá (em Juiz de Fora) se tinha as mesmas dificuldades e os mesmos problemas para vacinar e essa notícia plantada de uma maneira a abalar a confiança de quem faz o trabalho e negocia numa mesa de trabalho como essa aqui. Mas comigo isso não funciona. Eu mando o povo checar, mando verificar. A gente já está acostumado com essas fake news por aí. Eu, por exemplo, não faço nem passo para frente nada que recebo em termos de rede social sem antes checar e com essa história não poderia ser diferente. Na minha posição era preciso mandar checar. Em Juiz de Fora não vacinou ninguém. Pode procurar nas mídias abertas e não tem confirmação desse assunto”, comentou Glorivan.

O Jornal da Manhã consultou a Prefeitura de Juiz de Fora com relação à vacinação de motoristas do transporte coletivo. No portal oficial do governo municipal da cidade há a informação de que a categoria realiza atualmente pré-cadastro obrigatório, repassado às empresas de transporte coletivo, para que a imunização seja agendada. “A vacinação de motoristas e cobradores atende à demanda apresentada pelos trabalhadores rodoviários à prefeita Margarida Salomão por meio do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro), uma vez que esses profissionais atuam diretamente expostos ao contato público, compatível, portanto, com o Plano Nacional de Imunização (PNI)”, diz trecho de conteúdo publicado no portal da Prefeitura de Juiz de Fora. 

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