POLÍCIA

Polícia investiga bilhetes deixados em corpos por grupo que comete execuções na fronteira Paraguai/Brasil

Publicado em 30/07/2021 às 14:30Atualizado em 18/12/2022 às 15:11
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Um grupo criminoso autointitulado "justiceiros da fronteira", tem colocacado bilhetes com "avisos" após cometer execuções na linha internacional entre Brasil e Paraguai. Nesta semana, após o assassinato de um casal de namorados paraguaios, os criminosos colocaram cartazes em postes das cidades fronteiriças de Pedro Juan Caballero (que fica no Paraguai) e a brasileira Ponta Porã (MS). 

Mateo e Anabel foram executados com mais de 30 tiros. e, segundo a polícia do país, os avisos encontrados após o crime passaram a fazer parte das investigações. Junto aos corpos de Mateo e Anabel, a polícia também encontrou o recado "Favor não roubar". O corpo de um adolescente também foi encontrado sem mãos com um bilhete nesta semana: "Os justiceiros estão de volta".

Atuação do grupo

No aviso, os "justiceiros" ameaçam de morte pessoas que "roubam [...], traficantes [...] e aqueles envolvidos neste contexto social", segundo as investigações dos crimes. É comum também o grupo fazer ameaças como "as coisas vão ficar ruim para vocês".

"Começaremos a agir fortemente nesta cidade para eliminar estas pragas deste convívio social. Não teremos dó nem piedade, e para quem acha que isso aqui é uma brincadeira, procure saber", diz um trecho de uma carta assinada pelo grupo.

 Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 51 execuções já foram registradas na região em Mato Grosso do Sul, próximo a linha internacional com o Paraguai. O serviço de segurança do país vizinho não informou sobre os dados correspondentes ao país.

O delegado Clemir Vieira, que comanda a Polícia Civil em Ponta Porã, disse que a maioria dos casos de execução na linha de fronteira acontecem do lado paraguaio e, por este motivo, as investigações ficam restritas ao país vizinho, porém, a polícia explica que está em alerta e não ficarão alheios, mas formalmente não investigarão os casos recentes.

Na opinião de Vieira, "coincidentemente, a maioria [dos executados] tem antecedência em crimes contra o patrimônio". Ele acredita que as investigações da polícia paraguaia devem encaminhar para elucidação de quem ou quais pessoas fazem parte dos "Justiceiros da Fronteira", que assinaram os crimes recentes.

Vieira ainda afirma que mesmo se denominando dessa forma, o grupo não deixa de ser uma organização criminosa que faz justiça com as próprias mãos.

O delegado também afirmou que nenhum caso assinado pelo grupo "Justiceiros da Fronteira" aconteceu recentemente em Ponta Porã, mas não descarta que no passado tenham ocorrido execuções semelhantes na cidade brasileira.

O que dizem as polícias

Uma fonte do portal G1, ligada a segurança pública em Mato Grosso do Sul, e que não será identificada, disse que os avisos deixados nos postes das cidades "podem ser apenas uma brincadeira". E também frisou que a maior parte das execuções acontece do lado vizinho.

Por causa dos crimes no Paraguaia, a fonte disse que não há a inserção da polícia brasileira durante as investigações, "que geralmente estão relacionados ao roubo e tráfico de drogas".

Já um dos investigadores da polícia paraguaia, que pediu para ter a identidade preservada, pontuou que as apurações das execuções ainda estão em curso. E também ressaltou que os avisos colados em postes e bilhetes encontrados sobre o corpo de Mateo e do adolescente de 17 anos foram submetidos à perícia. A fonte ainda pontuou que as investigações ainda correm em sigilo no Paraguai.

*Com informações do G1

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