Com informações Agência Estado
Por José Maria Tomazela
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, abriu a campanha de vacinação em massa contra a covid-19 na população de Botucatu, no interior de São Paulo, neste domingo, 16, e prometeu imunizar todo o Brasil contra o coronavírus até o fim deste ano. "Nós vemos um cenário de muita esperança em termos vacina para imunizar a população brasileira maior de 18 anos até o final do ano", disse.
Segundo a prefeitura foram 65.932 doses aplicadas, número que pode aumentar nesta segunda-feira (17) devido a contagem de cadastro que tiveram que ser feitos manualmente em virtude de oscilações no sistema digital.
A vacinação em massa em Botucatu vai testar a efetividade da vacina Oxford/AstraZeneca contra as variantes da covid-19 que já circulam na região e também os efeitos da imunização maciça em municípios vizinhos.
O Hospital das Clínicas da Unesp em Botucatu, com mais de 500 leitos, torna o município um polo de referência para as cidades vizinhas. A vacinação, não obrigatória, é exclusiva para moradores da cidade, com idades entre 18 e 60 anos - cerca de 80 mil pessoas.
A prefeitura de Botucatu mobilizou quase três mil pessoas em preparativos para realizar a vacinação em um só dia, como se fosse uma eleição.
Uma parceria com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) permitiu que a mesma estrutura usada nas eleições fosse utilizada na vacinação em massa. Só a Justiça Eleitoral contribuiu com cerca de 900 voluntários
Ao ser questionado sobre falhas na distribuição, ele afirmou que o País não estoca vacinas e todas as doses que chegam são distribuídas. "Há carência de vacina em todo mundo, mas o Brasil já é o quinto país no mundo que mais aplicou vacinas", comentou
Queiroga citou o contrato assinado com a Pfizer para o fornecimento de 100 milhões de doses até o fim do ano e disse que a carência de vacina é mundial. "É importante passar uma mensagem positiva para a população brasileira, não ficar nessa cantilena que tá faltando, tá faltando...", afirmou aos jornalistas.
Na presença de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) que vão coordenar a pesquisa em Botucatu, Queiroga amenizou declaração dada na sexta-feira, 14, de que a paralisação da produção da vacina Coronavac pelo Instituto Butantan decorre de problema contratual e não diplomático com a China.
Segundo o Butantan, há dez mil litros do insumo parado na China, à espera de autorização para ser enviado ao Brasil, e a crise diplomática do governo com os chineses teria atrasado a liberação. "Esses contratos, do nosso ponto de vista, têm cláusulas um pouco rigorosas, mas mantemos uma boa relação com o Instituto Butantan que, aliás, está produzindo toda a vacina da nossa campanha contra a gripe."
O ministro disse que as relações diplomáticas com a China são boas e que a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) está com dificuldade para entregar a vacina Covax contratada com o Brasil "Essas vacinas já deveriam ter sido entregues."