POLÍCIA

Gaeco dá início a operação de combate ao crime organizado em Uberaba

Força-tarefa cumpre mandados de prisão em Operação

Carlos Paiva
Publicado em 04/03/2021 às 12:45Atualizado em 18/12/2022 às 12:34
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Foto/Divulgação

Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Regional de Uberaba (MG) e de São Paulo (SP), em conjunto com a Polícia Militar, DEPEN-MG, Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais, e a Divisão de Capturas da Polícia Civil do Estado de São Paulo, deflagrou na data de hoje, 4, a Operação “Baby Beef”.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram expedidos pela juíza de Direito da Comarca de Iturama (MG). A mesma juíza, de imediato, determinou o bloqueio de R$1 milhão nas contas de alguns dos investigados em razão de indícios de lavagem de dinheiro.

A Operação “Baby Beef” nasceu de uma abordagem da Polícia Militar que constatou possíveis irregularidades no comércio e transporte de gado realizado por um dos investigados que acabaram contornadas de forma suspeita por intervenção de Sindicato do Produtor Rural. A partir das contradições detectadas nessa abordagem, a Receita Estadual realizou análises complementares e levantou indícios criminais, repassados ao Gaeco Uberaba, desencadeando um intenso trabalho investigativo, que acabou por desvendar complexo esquema criminoso envolvendo organização criminosa e delitos de falsidade documental, manipulação de informações em sistemas geridos pelo Poder Público, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. 

As investigações mostraram simulações de movimentações e alienações de gado, falsificações de documentos, compra e venda irregulares entre produtores de diferentes estados da Federação, sendo o principal engenho criminoso o uso de rebanho virtual – animais registrados apenas de modo formal em nome dos produtores, mas inexistentes na propriedade rural, gerando um enorme estoque virtual de documentos que permitiam, principalmente, esconder a verdadeira procedência de animais negociados fora dos limites de Minas Gerais – sem nota, com notas falsas ou até de origem de abigeato – sonegando o imposto devido. Para obter êxito no cometimento dos crimes, a organização criminosa contava com o apoio prestado por funcionário de sindicato do produtor rural com acesso à sistema público de defesa agropecuária, contador e, possivelmente, agentes sindicais.

Somente nos meses enfocados pela investigação, o grupo movimentou, em vendas, mais de R$2,5 milhões, dos quais pelo menos R$1 milhão não tinha nenhum lastro ou comprovante, sendo resultado de operações simuladas para sonegar o ICMS. Diante dos crimes identificados, foram solicitados junto ao poder judiciário os mandados de prisão e de busca e apreensão e o congelamento de bens e ativos financeiros. Até o fechamento desta edição, a Operação “Baby Beef” continua em andamento e os órgãos de fiscalização e segurança estão cumprindo as ordens judiciais.

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