Minas tem praticamente metade dos delegados que precisa. O déficit é de 908 profissionais para atuar tanto em BH quanto no interior. O saldo negativo coloca o Estado na pior colocação no país, onde faltam 6.200. Os dados constam em relatório da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil (Fendepol), com apoio do sindicato local (Sindepominas).
A situação, segundo as associações, compromete a agilidade na conclusão de inquéritos. Também pode resultar em maior tempo de espera para prestar queixas e em transtornos devido ao deslocamento das vítimas. Especialistas em segurança acrescentam que o cenário aumenta a impunidade. Já a Polícia Civil admite que 20 comarcas não têm os agentes, mas rebate as críticas, garantindo não haver prejuízos à população e ao andamento dos trabalhos.
Para atender os 853 municípios seriam necessários 1.987 delegados. O cálculo leva em consideração uma série de fatores, como o volume de ocorrências e a complexidade dos processos. O efetivo atual, porém, é de 1.079 profissionais, segundo o Sindicato dos Delegados de Polícia de Minas, ao Hoje em Dia.
Por questões de segurança, as comarcas sem delegados não foram informadas pela Polícia Civil. Nessas cidades, garante a corporação, profissionais de localidades vizinhas “atendem com competência” as pessoas. O órgão disse que todas as delegacias funcionam normalmente, das 8h30 às 18h30, além dos plantões ininterruptos. Além disso, reforçou que, em outubro, 78 delegados, aprovados em concurso foram designados. O certame está vigente e novas nomeações já foram pleiteadas.
O Governo de Minas ressaltou que passa por grave crise fiscal. “Para sanar o problema, espera por autorização parlamentar para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal”.