Foto/Divulgação PF
Aparelho médico-hospitalar apreendido ontem em Uberaba dentro da operação Zona Cinzenta, que acontece no país
Polícia Federal cumpriu ontem em Uberaba e Araxá dois mandados de busca e apreensão durante a operação Zona Cinzenta. Segundo o delegado-chefe da PF em Uberaba, Marcelo Xavier, a operação, que acontece simultaneamente em todo o país, tem o objetivo de combater a importação irregular de equipamentos médico-hospitalares que foram revendidos ou recolhidos por empresas terceirizadas que prestam serviços para hospitais e clínicas. Por questões estratégicas, o delegado não revelou quais foram os endereços das apreensões em Uberaba e Araxá e quais equipamentos.
Já foram cumpridos 61 mandados de busca e apreensão em 47 cidades de 18 estados do país, além do Distrito Federal. Ao todo, 244 policiais participam do cumprimento das medidas, de acordo com a PF. Estima-se que apenas em tributos diretos a sonegação pode chegar a R$20 milhões. A operação Zona Cinzenta busca identificar a organização criminosa que usa a Aduana de Controle Integrado (ACI) de Dionísio Cerqueira (SC) para o contrabando dos equipamentos médicos.
A operação acontece em apoio à Delegacia da Polícia Federal de Dionísio Cerqueira e é a segunda fase da operação Equipos, que se iniciou a partir da apreensão de carga de equipamentos médicos na ACI, em outubro de 2013. Na ocasião foram apreendidos tomógrafos, mamógrafos e outros equipamentos de alto valor comercial, em uma carga avaliada em aproximadamente R$3 milhões, sendo R$2 milhões os tributos sonegados. Conforme as informações, na documentação constavam descrição genérica da mercadoria e valor declarado de US$180 mil, ou seja, apenas 10% do valor real.
De acordo com a PF, a pessoa jurídica que emite as notas fiscais fraudulentas de faturamento dos equipamentos para os compradores brasileiros foi encontrada. Depois disso, as pessoas físicas e jurídicas que compraram equipamentos, entre 2011 e 2015, foram identificadas. Os mandados buscam a materialidade das provas. Ainda segundo a PF, um servidor da Receita Federal lotado em Dionísio Cerqueira é suspeito de receber dinheiro pela facilitação da quadrilha. Apesar de identificado, não há mandado de prisão ou condução contra ele.