POLÍCIA

Idoso é preso por injúria racial ao xingar promotora de vendas

O suspeito, um idoso de 68 anos, foi preso em flagrante depois que xingou Letícia. Na delegacia, ele confessou o crime; fato aconteceu na tarde de sexta-feira em hipermercado

Renato Manfrim
Publicado em 21/05/2017 às 12:17Atualizado em 16/12/2022 às 13:12
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Idoso é preso por crime de injúria racial após xingar promotora de vendas de “crioula safada” no interior de hipermercado no bairro Santa Maria. “Este tipo de crime não pode ficar impune e deixar pra lá. Precisamos denunciar. Não tenham medo de denunciar e prossigam com o processo”, afirmou a promotora de vendas, Letícia Silva Ferreira, 26 anos, que sofreu injúria racial.

O suspeito, um idoso de 68 anos, foi preso em flagrante depois que xingou Letícia. Na delegacia, ele confessou o crime. O fato aconteceu na tarde de sexta-feira no hipermercado onde a vítima trabalha e o detido fazia compras.

Segundo Boletim de Ocorrência da PM, a confusão começou quando o idoso questionou uma funcionária do supermercado sobre determinado preço, mas a mesma não ouviu no momento e, segundo informações de testemunhas, ele a chamou de burra. Indignada com a situação, Letícia disse que o idoso não poderia agir daquela forma e que era um desrespeito. Neste momento ele disse: “Cala a boca sua crioula safada. O que você tem que entrar nos assuntos dos outros?”.

De acordo com o depoimento do idoso à PM, ele estava fazendo compras e em determinado momento viu uma caixa de cerveja e solicitou o preço. E chamou a moça por três vezes, perguntando se ela não escutava; momento que ela questionou o fato de ele estar falando desta ‘forma’. Ele disse ainda à PM que perdeu a cabeça e chamou a promotora de ‘crioula burra’.

Após a polícia ser acionada, o agressor foi detido e encaminhado à Delegacia de Plantão, onde foi ouvido e autuado pelo crime de injúria racial.

“Neste momento estou aliviada. Eu pretendo seguir com o processo e vou representar judicialmente contra ele. Me senti muito humilhada, mas em momento algum eu pensei em não denunciar e tive todo apoio das pessoas onde eu trabalho e dos clientes. As pessoas ficaram indignadas e falaram que eu tinha que chamar a polícia. Ele era um senhor muito autoritário, gritava e apontava o dedo na minha cara. As pessoas têm que reconhecer que isso é um crime. Muitas pessoas viram o senhor me difamando”, desabafou Letícia que ainda disse que nunca havia passado por uma discriminação tão violenta. “Mas nós, negros, sentimos preconceito em algumas situações, muitas vezes mascarado, e é preciso denunciar”, alertou.

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