POLÍCIA

Surto de covid-19 se agrava na penitenciária e salta de 9 para 79 detentos contaminados

Raiane Duarte
Publicado em 08/04/2021 às 18:39Atualizado em 19/12/2022 às 03:59
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O surto de Covid-19, registrado na Penitenciária de Uberaba, teve um salto. O número cresceu exponencialmente, passando de 09 para 79, em apenas oito dias. Entre os contaminados estão detentos da ala masculina e também feminina, além de um servidor. 

O surto foi noticiado no dia primeiro deste mês, pelo jornalista Wellington Cardoso, na coluna Falando Sério. Conforme apuração, até aquele momento, eram nove presos infectados. Já no sábado, dia 03, até às 10h, conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), o levantamento já apontava para 20 presos com diagnóstico positivo. A Sejusp foi novamente acionada nesta quinta-feira (08) e informou que até às 16h, já eram 79 detentos infectados e um servidor da unidade.  

Foi questionado o estado de saúde dos infectados, se há alguém em estado grave e quais os tratamentos e medidas de isolamento estão sendo adotados. 

A Sejusp, por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), informou que: “eles cumprem período de quarentena dentro da unidade, acompanhados pela equipe de saúde, e estão assintomáticos ou com sintomas leves da doença. As celas em que se encontram estão isoladas e são rotineiramente desinfectadas”. 

Quanto ao corpo de funcionários, a Sejusp afirmou que um servidor da unidade prisional está confirmado para o coronavírus no momento. Ele está afastado de suas funções e cumpre quarentena em casa com sintomas leves.

Confira na íntegra a nota com as principais ações que estão sendo realizadas para prevenir e controlar a disseminação do coronavírus nas unidades prisionais de Minas Gerais, incluindo na Penitenciária de Uberaba:

Unidades portas de entrada: Foi adotado um modelo pioneiro no país de circulação restrita de detentos no período de pandemia, classificado como referência pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Para evitar a contaminação por novos presos, foram criadas 30 unidades de referência, distribuídas em todo o território mineiro, que funcionam como centros de triagem e portas de entrada para novos custodiados do sistema prisional.

Todas as pessoas presas em Minas Gerais estão sendo encaminhadas para uma unidade específica em cada região e ficam, pelo menos, 15 dias, em quarentena e observação, evitando possível contágio caso fossem encaminhadas de imediato para outras unidades. Após a observação e atestada a sua saúde, são encaminhadas para as demais unidades prisionais do Estado.

Retomada gradual das visitas: Em setembro de 2020, o Depen-MG iniciou a retomada gradual das visitas presenciais no sistema prisional, de acordo com as ondas do Minas Consciente de cada macrorregião. A lista de unidades em cada onda é atualizada semanalmente no site da Sejusp, às quintas-feiras. As unidades prisionais seguem os protocolos previstos para a onda da macrorregião na qual estão localizadas, exceto aquelas que são classificadas como portas de entrada. Os familiares também podem ter contato com seus parentes de outras três formas: por meio de cartas (ação prevista para todas as unidades e com média de 35 mil recebimentos por semana), ligações telefônicas (cujo número é diferente em cada unidade e deve ser fornecido pelo presídio ou penitenciária; a média semanal é de 15 mil ligações realizadas) ou videoconferências nas unidades em que essa tecnologia já está disponível. Mais de 94% das unidades prisionais realizam visitas familiares por videoconferência. Esta modalidade continuará acontecendo mesmo diante da retomada das visitas.

Cuidados com quem já está pres No caso de presos que já se encontram no sistema prisional, caso apresentem sintomas da covid-19, o protocolo é o seguinte: isolamento imediato, realização de exames e, em caso de confirmação, tratamento segundo protocolo da área da Saúde. Em todas as unidades em que há presos com covid-19 confirmados, a desinfecção do ambiente também é imediata e todos os demais detentos passam a usar máscaras, de forma preventiva.

Evitar o contágio via profissionais de segurança: Imprescindíveis para a segurança das unidades, os profissionais estão com as escalas de trabalho dilatadas, de forma a diminuir a circulação desses servidores intra e extramuros.

Evitar a circulação de presos para realização de audiências: Foram instalados equipamentos para a realização de videoconferências judiciais em todas as unidades prisionais que estão, aos poucos, se adaptando para uso dessa ferramenta. Com isso, evita-se o deslocamento da maioria dos presos para o ambiente extramuros e diminui-se o risco de contágio pelo coronavírus.

Já foram realizadas mais de 18 mil videoconferências judiciais neste período de pandemia - uma parceria com o Poder Judiciário que deve se estender no período pós pandemia por resultar em ganhos positivos para todos os atores envolvidos.

Limpeza geral e desinfecção de ambientes: As áreas estruturais como celas, pátios, áreas administrativas e técnicas, portarias, guaritas e, também, veículos estão passando por higienização reforçada, semanal, durante a pandemia.

Máscaras e EPIs: O sistema prisional está produzindo máscaras para uso nas próprias unidades e segurança de todos. No interior das unidades prisionais já foram produzidas 4,7 milhões de máscaras por custodiados. Todos os servidores são obrigados a circular no interior das unidades de EPIs e, a eles, este material é fornecido sistematicamente. Os presos também utilizam máscaras quando estão com algum sintoma suspeito ou quando pertencem a alas ou pavilhões onde outro detento foi testado positivo para a doença.

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