ESPORTE

Após polêmica e questionamentos, Seleção abre Copa América contra a Venezuela

Agência Estado
Publicado em 13/06/2021 às 12:13Atualizado em 18/12/2022 às 13:52
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Esse torneio de menor importância trouxe uma crise inédita à seleção brasileira. Desde que o País foi anunciado como sede, houve uma cisão. De um lado, jogadores e comissão técnica reclamaram que não foram ouvidos. Do outro, a CBF, então presidida por Rogério Caboclo, falava do compromisso com o Governo Federal, principal avalista do torneio no País

Vai ter Copa América no Brasil. Depois da desistência de Colômbia e Argentina como sedes originais, de um manifesto dos atletas da seleção brasileira com críticas ao torneio por "razões humanitárias e de cunho profissional", dos protestos de movimentos sociais no Distrito Federal por conta dos jogos durante o agravamento da pandemia e até da desistência de três patrocinadores, o torneio de seleções da América do Sul começa neste domingo, com Brasil e Venezuela, às 18h, em Brasília.

A realização do torneio parecia tão incerta que o martelo só foi batido nesta quinta-feira, 10. O Supremo Tribunal Federal analisou, ao mesmo tempo, três processos contra a realização da competição em função da possibilidade de disseminação do novo coronavírus. Os 11 ministros do STF votaram contra esses pedidos Eles permitiram o evento, pois os jogadores serão submetidos a testes para diagnosticar infecção por covid-19 e a disputa não terá público. O Ministério da Saúde já havia definido que a vacinação dos atletas não será obrigatória. Pelo menos quatro seleções, entre elas, o Brasil, ainda não tomaram nem a primeira dose.

Mesmo assim, três patrocinadores decidiram não associar suas marcas ao tornei Mastercard, Ambev e Diageo. Na prática, os contratos não foram rescindidos, mas campanhas publicitárias e exposições dessas marcas serão evitadas. Especialistas opinam que o torneio perdeu parte do seu poder de atração por conta das controvérsias e das polêmicas.

Do ponto de vista esportivo, a Copa América também não vale muita coisa. Atualmente, ela não vale classificação para algo maior, como a antiga Copa das Confederações. Além disso, foi banalizada. Já foram realizadas edições em 2015, 2016 e 2019. Esta será a quarta em seis anos.

Esse torneio de menor importância trouxe uma crise inédita à seleção brasileira. Desde que o País foi anunciado como sede, houve uma cisão. De um lado, jogadores e comissão técnica reclamaram que não foram ouvidos. Do outro, a CBF, então presidida por Rogério Caboclo, falava do compromisso com o Governo Federal, principal avalista do torneio no País. Entrevistas canceladas. Silêncio. O único a falar foi o capitão Casemiro, na última sexta-feira. Ele afirmou que todos sabiam qual era a posição dos atletas, mas não quis dizer qual era. Ficou no ar a ideia de um boicote à Copa América.

Na última terça, após a vitória sobre o Paraguai, o projeto de abandonar o torneio se dissipou totalmente. Os brasileiros divulgaram um manifesto genérico criticando a Conmebol. "Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à seleção brasileira". Não ficou clara a razão da insatisfação do grupo. Mesmo contrariados, os atletas decidiram disputar o torneio.

A ideia de abandono se dissipou depois que Caboclo foi afastado da presidência por causa de uma denúncia de assédio sexual e moral feita por uma funcionária da entidade. Grande parte do descontentamento dos atletas estava concentrada na figura do presidente, que tratou os atletas como subordinados da CBF e quis controlar até o que eles diriam nas entrevistas.

Mesmo com todo esse auê, Tite manteve o grupo das Eliminatórias. A única mudança é a saída de Rodrigo Caio, do Flamengo, que havia sido convocado após lesão de Thiago Silva. O veterano do Chelsea voltou a treinar na sexta-feira. Esse grupo vem sobrando com seis vitórias nas seis rodadas iniciais. São seis pontos de vantagem para o segundo colocado.

Isso projeta um domínio avassalador no torneio? Não necessariamente. A Argentina, segunda força na tabela das Eliminatórias, tem motivações especiais no torneio. São 28 anos sem títulos, quase três décadas. E Messi está no meio dessa seca A Copa América é uma das últimas oportunidades do astro conseguir um título com a seleção.

DISPUTAS NA DEFESA, MEIO E ATAQUE

As últimas partidas mostraram que a seleção brasileira apresenta disputa por vagas em diferentes setores. Não se trata daquela clara busca por espaço como acontece nos clubes, mas não dá para cravar quem é o dono da posição. A dúvida começa no gol, entre Alisson e Ederson No jogo com o Paraguai, o goleiro do Manchester City aproveitou sua facilidade na saída de bola e ajudou na estratégia de Tite. Foi bem. Alisson não havia comprometido na partida anterior, contra o Equador.

Na defesa, Thiago Silva está recuperado da lesão muscular sofrida na final da Liga dos Campeões e que o tirou das duas partidas das Eliminatórias. A tendência é que ele volte a ser titular, mas Militão e Marquinhos não deram dores de cabeça na parte defensiva e foram seguros na saída de bola.

No meio, Fred atuou nas últimas duas partidas. Douglas Luiz era o titular até a suspensão para a partida contra o Equador. Por outro lado, há uma terceira opção. Paquetá atuou na função em parte dos dois jogos. No Paraguai, ele ainda definiu a vitória. São três disputando uma vaga.

No ataque a disputa continua aberta. Tite costuma olhar o adversário para escolher seu camisa 9. Diante do Paraguai, começaram jogando Gabriel Jesus, que teve ótima atuação, e Roberto Firmino, mais discreto. Também recuperado de um problema muscular, Gabriel pode buscar outra chance.

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