Presidente do Conselho Deliberativo e diretor de futebol do Cruzeiro, Zezé Perrella defendeu nessa quarta-feira (13) a opção pela torcida única em clássicos com o Atlético, mas ponderou que a decisão não é definitiva. “É uma atitude antipática”, admitiu o dirigente cruzeirense.
A decisão de jogar os próximos clássicos mineiros com apenas uma torcida nas arquibancadas foi proposta por Perrella. Segundo o cruzeirense, o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, aceitou a proposta.
“A partir de agora, vamos jogar as partidas entre nós somente com torcida única. E, por favor, não entendam isso como uma forma de privar a entrada de público adversário no estádio, mas sim a de preservar a integridade daqueles torcedores que vão aos jogos com suas famílias para um momento de emoção e lazer”, anunciou Perrella, em comunicado.
Ele justificou a decisão, após a confusão ocorrida no clássico de domingo, pelo Brasileirão. Houve confronto dentro e fora do Mineirão e até um episódio de racismo no estádio. “Queremos, sim, privar o acesso de pseudotorcedores e marginais que se travestem de emoção e paixão pelo clube para dilapidar o patrimônio, agredir pessoas sem mensurar consequências. Se fossem realmente apaixonados, eles não colocariam seus clubes em risco de perda de mando de campo e outros prejuízos mais.”
Perrella, contudo, apontou que a decisão não será permanente. “Isto não pode ser uma decisão eterna, mas uma medida imediata para que juntos com os demais torcedores, imprensa, autoridades policiais e políticas possamos encontrar um melhor caminho rapidamente. E este não é um problema exclusivamente mineiro, é uma preocupação mundial.”
O clássico do último fim de semana foi marcado por brigas. O conflito que mais chamou a atenção aconteceu dentro do próprio Mineirão, quando torcedores do Atlético invadiram o setor de camarotes destinados aos cruzeirenses – aparentemente, uma garrafa teria sido atirada do lado da torcida mandante. A Polícia Militar teve de conter a confusão com bombas e gás de pimenta. Houve diversos feridos e duas pessoas foram detidas. No total, 65 pessoas foram presas dentro e fora do Mineirão.