ESPORTE

Após repercussão, segurança vítima de injúria racial no Mineirão conta que foi "situação mais delicada da carreira"

Vítima foi ofendida por atleticanos enquanto continha confusão no estádio

Publicado em 11/11/2019 às 18:07Atualizado em 18/12/2022 às 01:51
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Foto/ Lucas Von Dollinger/Arquivo pessoal

O segurança Fábio Coutinho, de 42 anos, foi vítima de injúria racial durante o clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, no Mineirão, em Belo Horizonte. Durante entrevista para a TV Globo, ele contou que foi a “situação mais delicada da carreira”.

Em um vídeo publicado nas redes sociais por outro torcedor atleticano aparece dizendo para Fábi “olha sua cor”. “A nossa intenção era barrar a ida dos atleticanos para uma área restrita, a área da imprensa, mas os atleticanos queriam passar de qualquer jeito”, disse Coutinho.

"Foi triste, foi pesado demais. 'Olha sua cor, não põe a mão em mim'. Então, pela minha cor, eu sou inferior a outro ser humano?", questionou, emocionado. Segundo o segurança, o homem que aparece no vídeo ainda cuspiu nele. Para Fábio Coutinho, situações complicadas fazem parte do cotidiano do trabalho, mas, até hoje, nada havia sido tão grave.

Nascido no Rio de Janeiro, o segurança mora em Belo Horizonte há sete anos e adotou o Atlético-MG como time. Ele trabalha como segurança há três anos e presta serviço no Mineirão desde o início deste ano. Atuar em dia de jogo do Galo era uma alegria para ele.

Após o jogo deste domingo, houve confusão nas arquibancadas e briga nas ruas. O saldo da confusão foi de 65 detidos – dentro e fora do estádio.

Fábio Coutinho relatou que, na manhã desta segunda-feira (11), ainda assimilava tudo o que aconteceu e, por isso, não tinha procurado a polícia para registrar boletim de ocorrência. De acordo com a Polícia Civil, o crime de injúria racial depende do registro e da representação da vítima na delegacia para ser investigado.

Injúria e racismo

De acordo com o artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal, injúria racial se refere a ofensa à dignidade ou decoro utilizando palavra depreciativa referente a raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima.

O crime de racismo, previsto na Lei n. 7.716/1989, é aplicado quando a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade. Por exemplo, impedir que negros tenham acesso a estabelecimento comercial, privado etc.

*Com informações do G1 

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