A Fórmula 1 decidiu se inspirar no passado em busca do aumento de competitividade das corridas a partir de 2021, quando a categoria passará por uma extensa reformulação, tanto na área técnica, quanto na esportiva: embora o conceito final do carro não tenha sido definido, dirigentes e equipes concordaram com a volta do efeito-solo nos carros.
Esse conceito começou a ser desenvolvido ainda nos anos 1960, mas marcou época na Fórmula 1 depois do título conquistado por Mario Andretti a bordo do Lotus, em 1978. A solução aerodinâmica "emprestada" da aviação e que tornou os carros muito mais rápidos nas curvas, contudo, não durou muito, depois de uma série de acidentes em que o carro simplesmente levantava voo.
Basicamente, o efeito-solo é como uma asa invertida de avião, que ajuda a "grudar" o carro o mais perto possível do asfalto, permitindo que o piloto faça as curvas com mais velocidade.
Embora a questão da segurança tenha afastado o conceito da F1 há quase 40 anos, o que deve retornar à categoria é uma versão melhorada e menos sensível, sem as "saias". Isso foi determinado pelas simulações feitas pela equipe chefiada por Ross Brawn, que apontam essa a melhor solução para reduzir drasticamente o atual problema central da categoria: a turbulência gerada pelos carros, que impede que um piloto siga o outro de perto.
Na primeira vez na história da F1 em que vários conceitos foram testados pelos simuladores de um grupo de engenheiros dedicado exclusivamente para estudar as novas regras, a expectativa é de que, com a volta do efeito-solo, os carros percam só 5% a 10% da sua aerodinâmica (importante para o equilíbrio do carro) quando estiverem seguindo um rival de perto.
Hoje em dia, mesmo com as mudanças que foram feitas neste ano justamente para melhorar esse percentual, o número é calculado em 45 a 50%.