A cartilagem articular
A cartilagem é um tecido resistente, flexível e que pode ser encontrada em vários locais do corpo. Ela tem duas funções principais: (1) o amortecimento e (2) a capacidade de agir como um molde para as
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A cartilagem articular
A cartilagem é um tecido resistente, flexível e que pode ser encontrada em vários locais do corpo. Ela tem duas funções principais: (1) o amortecimento e (2) a capacidade de agir como um molde para as articulações. No caso do joelho, a superfície cartilaginosa cobre e molda o fêmur, a tíbia e a rótula, onde permite que os ossos possam deslizar um sobre o outro, reduzindo o atrito e evitando qualquer bloqueio do movimento. Ela ajuda a suportar o nosso peso quando executamos movimentos, do mais delicado e fraco ao mais grosseiro e forte.
Nosso corpo é formado por três tipos de cartilagem:
Cartilagem elástica - é o tipo mais elástico e flexível de cartilagem, encontrada na parte externa das orelhas, algumas partes do nariz e na epiglote (o retalho de tecido na parte de trás da garganta, que evita que os alimentos sigam pelas vias respiratórias).
Fibrocartilagem: é o tipo de cartilagem mais resistente e pode suportar grande quantidade de peso. Encontra-se entre os discos (vértebras) da coluna vertebral e entre os ossos dos quadris e pélvis.
Cartilagem hialina: também conhecida como cartilagem articular, é ao mesmo tempo elástica e resistente. Encontra-se entre as costelas, em torno da traqueia, e entre as articulações como o joelho, quadril, tornozelo, pé, mão, cotovelo, ombro e articulações facetárias da coluna vertebral.
Todos os três tipos de cartilagem podem ser danificados, principalmente de duas formas: (i) por um ferimento acidental súbito à cartilagem, como uma torção durante uma partida de futebol; ou (ii) por danos a longo prazo resultantes do processo de “desgaste” articular, conhecido como osteoartrite ou artrose, que é um dos temas mais estudados em todo o mundo.
Diferentemente de outros tipos de tecido, a cartilagem não tem seu próprio fornecimento de sangue, o que a torna uma estrutura de cicatrização muito difícil quando lesada. Isso porque um baixo número de células multipotentes atinge o local da lesão e a capacidade dos condrócitos maduros de migrar, proliferar e produzir uma nova matriz cartilaginosa é limitada. Assim, a cartilagem danificada não se recupera tão rapidamente como a pele, a mucosa ou os músculos, e o avanço da idade compromete ainda mais essa capacidade regenerativa de lesões articulares.
Casos de danos acidentais na cartilagem são mais comuns em pessoas com menos de 35 anos de idade, por elas estarem mais propensas a participar de atividades esportivas com risco de lesão. Danos crônicos na cartilagem, associados à osteoartrite, são mais comuns em adultos com mais de 50 anos.
Por ter distribuição morfológica e propriedades biomecânicas únicas, a cartilagem articular é, até o momento, incomparável a qualquer material artificial, apesar dos consideráveis esforços dos engenheiros e biólogos. Como já foi dito em colunas anteriores, porém, técnicas inovadoras da Medicina Regenerativa têm obtido resultados promissores no tratamento desse tipo de lesão e representam uma alternativa promissora, que vem se mostrando segura e viável para a recuperação mais eficaz da cartilagem.
Referências
Emans PJ, van Rhijn LW, Welting TJM. Autologous engineering of cartilage. PNAS 2010 Feb 23;107(8):3418–23.
Fonseca, F. Cartilagem do joelho (parte I) - Da fisiologia à clinica: algumas considerações. Rev Medic Desp in forma 2010;1(4):10-2.
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