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Conheça as novas terapias de tratamento para o “Cotovelo do Tenista”

Um dos casos mais comuns que costumo diagnosticar em meu consultório é a Epicondilite Lateral do Cotovelo

Dr. José Fábio Lana
Publicado em 09/11/2010 às 11:04Atualizado em 20/12/2022 às 00:38
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Um dos casos mais comuns que costumo diagnosticar em meu consultório é a Epicondilite Lateral do Cotovelo, também conhecida como Cotovelo do Tenista (Tenis Elbow). A patologia é caracterizada por um quadro doloroso na parte óssea mais proeminente no aspecto lateral do cotovelo. A causa seria a realização de movimentos repetitivos e que exigem um forte aperto do punho. Este quadro clínico acabou sendo associado aos tenistas porque o movimento realizado com a raquete pode, muitas vezes, provocar este desgaste do tendão do cotovelo, mas é importante deixar claro que esta doença acomete principalmente trabalhadores entre a quarta e quinta décadas de vida, e não somente os tenistas.

Até o momento, não existe um consenso sobre o melhor tratamento para o Tenis Elbow. O uso de analgésicos e de antinflamatórios, além da fisioterapia, prevalecem como tratamentos conservadores. Para os casos resistentes, e até 6 meses sem melhora clínica, pesquisas recentes apontam novas substâncias que tem apresentado um resultado bastante satisfatório, com a gradativa diminuição da dor e o mais importante: com reduzidos efeitos colaterais. Sobre estas novidades da medicina, gostaria de destacar o Ácido Hialurônico e o PRP (Plasma Rico em Plaquetas).

O Ácido Hialurônico é um polissacarídeo encontrado em várias regiões do nosso corpo, e, com o avanço da Biomedicina, já tem sido produzido também em laboratórios. Suas propriedades estão na manutenção da elasticidade e viscosidade do tendão, contribuindo para a preservação das características estruturais e funcionais. Por isso, quando injetado no cotovelo lesionado, tem uma grande eficácia no processo de redução da dor e na recuperação do tendão.

Já a técnica do PRP, que consiste na retirada de sangue de alguma parte do nosso corpo e a posterior separação do plasma para ser injetado na região lesionada, também tem um efeito benéfico comprovado em se tratando da reversão do processo degenerativo. Uma vez inserido no tendão, o PRP (fator de crescimento), acelera a regeneração do tecido, recuperando a região lesionada em um curto espaço de tempo. Uma pesquisa realizada na Universidade de Stanford, na Califórnia, constatou que 93% dos casos de Tenis Elbow que foram tratados com o PRP apresentaram uma redução da dor, ao final do tratamento. Vale lembrar que esta técnica já é utilizada em Uberaba e os resultados tem sido bastante satisfatórios.

Por fim, deixo a ressalva quanto ao uso de corticóides. Pesquisadores americanos constataram que estas substâncias podem resultar na atrofia subcutânea e intratendinosa, levando a permanentes alterações adversas dentro da estrutura do tendão. O uso de antiiflamatórios não esteróides e a realização de fisioterapia prevalecem como os tratamentos iniciais, porém o resultado deve ser avaliado sempre após 6 meses.

* Dr. José Fábio Lana é ortopedista e diretor do IMOR (Instituto de Pesquisa em Medicina Esportiva, Ortopedia e Regeneração). www.institutomor.com.br / [email protected]

R.B.: Management of Tennis Elbow with sodium hyaluronate periarticular injections

Robert J Petrella1*, Anthony Cogliano2, Joseph Decaria3, Naem Mohamed4, Robert Lee5

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