Um dos casos rotineiramente diagnosticados e tratados pela ortopedia é a tendinite. Esta patologia refere-se à inflamação na membrana que reveste os tendões, seja nos membros superiores ou inferiores. Pode estar relacionada a esforços repetitivos, atividade física em exagero ou sem o devido acompanhamento, e também a deformidades na estrutura óssea que acaba sobrecarregando alguma região específica. Hoje, gostaria de falar sobre a tendinopatia patelar, que atinge uma região importante do joelho.
A tendinite patelar, também conhecida como “Joelho do Saltador”, é um tipo de lesão que, geralmente, afeta os atletas envolvidos em esportes de salto e de arremesso, como o vôlei, basquete ou o futebol, que exigem movimentos mais bruscos. A inflamação ocorre no tendão patelar, que fica entre a rótula do joelho e a tíbia (o osso da perna). Quando é realizado o impulso para o salto, o músculo contrai-se, exigindo mais força do tendão. O uso exagerado da articulação pode provocar o que chamamos de “estresse do tendão patelar”, desencadeando um processo inflamatório e, dependendo do grau de evolução da tendinite, pode causar, inclusive, o rompimento do tendão.
A tendinite patelar costuma gerar dores locais e uma sensibilidade maior na região afetada. Normalmente, a evolução da patologia acontece com uma dor inicial após a realização da atividade (estágio 1). No estágio 2, a dor se apresenta no início da atividade, parece dissipar-se após o aquecimento, mas retorna após o esforço do tendão. Na fase 3, a dor aparece antes e durante o exercício, o que já afeta o desempenho do atleta. E na fase mais grave, a 4, há uma ruptura do tendão, causando uma fraqueza crônica. O importante é determinar a presença de um esporão ósseo na ponta da patela (rótula), o que poderia causar um impacto no tendão.
O tratamento, para os casos 1 e 2 é o conservador é bastante eficaz. Nós o classificamos como método “RICE”, que inclui o repouso, a aplicação de compressas de gelo, e os trabalhos fisioterapêuticos de compressão e elevação. A isto podem somar-se o uso de antiinflamatórios não esteróides e massagens com gelo após a atividade para conter o inchaço e a inflamação. Em alguns casos da tendinite patelar no estágio 3 e, principalmente, no estágio 4, a cirurgia pode ser o tratamento de escolha, pois a dor já se estende por um tempo maior e o esporão pode romper o tendão.
Portanto, fica a recomendação aos atletas e também às pessoas que possuem alguma alteração na estrutura óssea ou esforçam bastante o tendão patelar, que, ao sentir qualquer dor ou incômodo próximos ao joelho, deve-se procurar um especialista para uma avaliação. O quanto antes a tendinite for diagnosticada, mais rápido será a recuperação e, consequentemente, o retorno às atividades esportivas. [email protected]
