ARTICULISTAS

Fazer amigos e (ou) “ganhar "inimigos"

Arahilda Gomes Alves
Publicado em 27/06/2022 às 20:30Atualizado em 18/12/2022 às 21:58
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“A amizade é sentimento nobre. Com enorme potencial, na inigualável textura de amor e doação, em gradativa elaboração, ela mais se desenvolve quanto mais a desfrutamos. É sentimento a fluir em plenitude e graça. A enriquecer e a revigorar o viver de cada dia para se atingir novos valores. E que se agigantam quanto mais o desfrutamos. A amizade é a construção sadia do “Eu” na busca da identidade. É cultuar eleitos, na nobreza de valores buscados no convívio salutar do amigo. É chegar ao ápice de uma convivência afetiva, solidária e ética. É cultivar o sadio sentimento sem mágoas e mentiras, sem cerimônias e exigências, sem barreiras e cobranças, partilhando segredos e solicitando apoios. Ter amigos é viver em estado de satisfação ou de dor – energias vivificantes do espírito – a lhe granjear crescimento. Ter amigo é estabelecer ponto de apoio acima da resignada aceitação do sofrer, mas na capacidade do sentir. Ser amigo é formar elo de indestrutível e sólida afinidade. É cultuar o nobre sentimento com respeito e admiração. É colocar no ápice do coração, a imagem imperecível do irmão.

Amizade é sentimento místico, puro e sublime. É vínculo, que reanima e emociona na busca de um ideal encaminhando para o Belo e para o BEM na autoafirmação de nós mesmos.

Privilegiados, os eleitos, que se enobrecem na conquista valorosa da amizade!

Napoleão afirmara: “o tolo possui grande vantagem sobre o homem de espírito – porque está sempre contente consigo mesmo”. É contentamento que o “dignifica” na proporção de sua incontida incompetência. Seu tempo, preenchido em acervos de infortúnios e invejas, ocupado em prejudicar aos que o incomodam.

Os que se aprazem em se fazer inimigos preocupam-se em jogar chispas nos que recebem de Deus benesses tantas que chegam a perturbá-lo, torcendo para que o outro nada tenha.

Amofinam-se, dilaceram-se em teatrais atitudes, porque, supostamente contentes, sabem-se, no âmago da alma, cultores do ódio, da inveja, da incompetência, da nulidade, que se registram nos obituários da História. Incapazes de exercer trabalho granjeando ao espírito graça e beleza, miram-se no espelho da estupidez, da maledicência, da falsa modéstia a se destruírem gradativamente, até que o espírito seja cremado no fogo da eterna vaidade.

Mas o “ser inimigo” na maquinação egoísta e invejosa merece ser curtido, porque a nobreza da amizade reside, também, em se condoer dos que não sabem “ser amigo”!

Arahilda Gomes Alves

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