ARTICULISTAS

A política e as promessas

José Elias de Rezende Júnior
Publicado em 22/01/2022 às 19:56Atualizado em 18/12/2022 às 18:05
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O ano de 2022 inicia-se com a esperança do arrefecimento da pandemia em razão das perspectivas positivas da ciência acerca da variante Ômicron, o que, porém, não é unânime entre os especialistas e tampouco certo. Na Terra de Santa Cruz, mais especificamente, esperam-se fortes emoções com as eleições gerais a serem realizadas em outubro e ainda com o Mundial de Futebol, este a ocorrer excepcionalmente no mês de novembro e, por incrível que pareça, ocupando um lugar secundário nos interesses dos brasileiros, se comparado ao processo eleitoral.

Neste cenário, há uma intensa movimentação de partidos políticos, grupos de interesse, políticos, autoridades e outras figuras públicas na formação de alianças, realização de pesquisas eleitorais e no posicionamento acerca dos mais diversos temas, assunto que tem dominado a pauta da grande de imprensa.

É cediço que a relação entre política e ética é embrionária, eis que aquela, tal qual foi concebida nos primórdios da Antiguidade, especialmente pelo grande filósofo Aristóteles, é definida como “a ciência que tem como objetivo a felicidade humana”. Inclusive, Aristóteles, Platão e outros grandes filósofos da Grécia Antiga acreditavam que a política é uma arte a ser exercida pelos sábios e virtuosos, os únicos capazes de realizar os objetivos a que se propõe, de realização da felicidade individual e coletiva dos homens.

Transcorridos os milhares de anos que separam a Antiguidade do início da Era Cristã, tem-se a figura de Jesus, erigindo-se como o guia e modelo da humanidade, com a sua doutrina de amor incondicional a Deus e ao próximo, caridade e abnegação ilimitados, esta última praticada pelo Mestre até o extremo, ao entregar o próprio corpo em holocausto para que a humanidade pecadora pudesse se redimir de seus vícios. E, não por acaso, a crucificação de Jesus foi fruto de uma composição de interesses inconfessáveis de algumas forças políticas da época que se sentiram ameaçados pela doutrina pregada pelo enviado de Deus.

Ainda se fazendo referência a Cristo, cita-se trecho de obra da lavra do grande médium Chico Xavier, de autoria espiritual de Neio Lúcio, intitulada “Jesus no Lar”, na qual se apresenta ao leitor belíssima parábola no ensejo de um questionamento formulado a Jesus acerca das polêmicas que se travavam à época em torno da fé, ao final da qual arremata o Messias: “A discussão, por mais proveitosa, nunca deve distrair-nos do serviço que o Senhor nos deu a fazer”.

Desse modo e retornando à indissociabilidade entre a política e a ética, norteadas pela prevalência dos valores da moral Cristã no mundo ocidental e no Brasil, espera-se que os brasileiros não se percam em discussões estéreis neste promissor ano de 2022 e enxerguem a oportunidade de construírem, com as próprias mãos, aquilo que os políticos não foram capazes de entregar-lhes até o momento e que está insculpido no preâmbulo da Constituição Federal de 1988: “o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias”.

JOSÉ ELIAS DE REZENDE JÚNIOR

Advogado e professor universitário

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