ARTICULISTAS

O caos pandêmico

Larissa Correia
Publicado em 21/10/2021 às 18:45Atualizado em 19/12/2022 às 01:36
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Diante de tudo o que vimos, sentimos e vivenciamos durante estes últimos 18 meses, será que estamos fazendo as devidas reflexões? De repente, absolutamente do nada, um vírus com alta taxa de letalidade se espalhou por todo o mundo, transformando as nossas vidas em um verdadeiro caos. Perdemos o direito de nos relacionarmos com as pessoas que mais amamos, por uma questão de segurança a eles mesmos. Nossa rotina foi completamente alterada, desde a forma como estudamos à forma como trabalhamos. Muitas empresas aboliram lojas físicas, e seus funcionários passaram a desempenhar suas funções dentro de suas casas. Teoricamente, nossas casas haviam se tornado o lugar mais seguro para estarmos, nosso refúgio.

Muitas pessoas perderam entes queridos, aliás, todos nós perdemos alguém, fosse amigo ou familiar. Infelizmente, ninguém sairá ileso desta pandemia. Incontáveis vítimas, os números que vemos diariamente em todas as mídias são assustadores. Inicialmente, as pessoas eram céticas em relação à gravidade do vírus que estava se disseminando mundo afora. Muitos, inconscientemente, acreditavam que este mal jamais atingiria suas famílias, até que o contrário começou a acontecer. A Covid-19 foi até hoje o pior e mais letal vírus que já houve no mundo. E foi em meio às lágrimas de dor, das inúmeras pessoas queridas que perdi, que percebi que não é clichê quando dizem que “aqui não somos nada e estamos apenas de passagem”, e vi quão insignificantes somos, diante de algo invisível aos nossos olhos, que estão sempre atentos.

O coronavírus veio para mostrar ao ser humano sua pequenez, independentemente da classe social, da cor, dos bens e da religião. Ele, simplesmente, nos reduziu a nada. Mas a dor maior não foi me dar conta disso tudo, o mais doloroso de todo este processo pandêmico foram as aflições que vivi enquanto um ente querido, ou um grande amigo, esteve na UTI, lutando para viver só mais um dia, e a ansiedade aguardando um telefonema do hospital. A angústia de saber que a pessoa que tanto estimava estava atravessando seus piores momentos sozinha, em um leito hospitalar.

Nada irá apagar os dias de caos e horror que vivemos nestes últimos anos. Mas as marcas que esta pandemia deixou, com certeza, nos farão cidadãos melhores, mais humanos e mais empáticos com a dor do nosso semelhante. Assim, poderemos ajudar mais e julgar menos. Até porque, quando a dor do outro não nos causa estranheza alguma, quem precisa de ajuda somos nós mesmos. Que possamos continuar mantendo nossos cuidados sanitários, para que este vírus seja, no futuro, apenas uma memória distante, de um período em que o amor que sentimos por todos que nos cercam foi posto à prova. Está passando, aos pouquinhos a vida está voltando ao normal, as crianças estão voltando às escolas, empresas reabrindo, e vamos continuar na torcida para que logo possamos nos abraçar e apreciar os sorrisos uns dos outros novamente. Sigamos!

Larissa Correia

Jornalista

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