ARTICULISTAS

A ignorância

Renato Muniz Barretto de Carvalho
Publicado em 28/09/2020 às 21:49Atualizado em 18/12/2022 às 09:52
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Outro dia, pesquisando bobagens na internet como quem folheia uma revista de variedades no consultório do dentista, vi uma pesquisa que me chamou a atenção. Era uma avaliação sobre as consequências, para a saúde humana, de se olhar durante muito tempo para a tela do computador ou do celular. Os resultados não eram nada bons. A conclusão dizia que esse hábito, cada vez mais comum e constante na sociedade atual, quase impossível de ser controlado, podia deixar as pessoas com algum grau de bobeira. Epa! Como assim?

Calma! Como ocorre com a maioria dos problemas de saúde, algumas pessoas são mais afetadas do que outras. Talvez não seja o nosso caso. Pelo que entendi, a pesquisa concluiu que a bobeira, ou a ignorância, pode ter, entre outras causas, a exposição intensiva à tela brilhante de aparelhos eletrônicos. Isso explicaria muitas ocorrências na atualidade! É possível, por que não? As consequências são diversas e dependem de inúmeras variáveis. É bom esclarecer que os resultados não são definitivos e muita água vai passar por baixo da ponte até a ignorância findar.

Vamos tentar entender. Há um fato inquestionável: os brasileiros permanecem um tempo excessivo junto aos seus celulares e computadores. À frente, atrás, do lado, muitos dormem com seus celulares... Isso provoca reações negativas, não tenham dúvidas! Uma delas, já bastante estudada, refere-se à ocorrência de distúrbios oculares, com possíveis danos à retina. Sabe-se, também, que o uso constante dos celulares é prejudicial para a saúde mental: irritação, raiva, arrogância, empáfia já foram comportamentos identificados. Agora iss a ignorância, o comprometimento da inteligência, da lucidez, do discernimento.

A boa notícia é que há esperanças. Nem tudo está perdido, mas é preciso considerar deixar o celular guardado ou, em casos extremos, desligado, esquecido numa gaveta. As pesquisas já revelaram que passar um tempo em praças, em jardins, em parques e à beira de um rio, pode reverter os danos. O ideal é que seja em silêncio. O problema é que esse tipo de equipamento, também chamado de área verde, diminui a cada dia, sem contar as sucessivas ameaças de privatização e corte de verbas. Que ignorância!

Visitar museus, exposições de arte, ir ao cinema e ao teatro já foi comprovado como algo altamente benéfico à recuperação e à manutenção da saúde mental, bem como primordial para o combate à imbecilidade. Quando reabrirem, reserve logo seu ingresso!

Um dado muito animador está relacionado à leitura de livros, de preferência romances, livros de contos, livros de poesia, – todos os gêneros são importantes. Melhor ainda é conversar sobre os livros lidos, estimular que outras pessoas leiam, frequentar bibliotecas e apoiar os escritores, os eventos relacionados aos livros e à produção literária.

Ah, não se deve esperar muito para agir, senão os prejuízos se tornam irreversíveis. Dependendo da situação, pode virar uma pandemia. Já pensaram que terrível!

Renato Muniz B. Carvalho

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