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Violência, será mesmo necessário?

Karim Abud Mauad
Publicado em 05/08/2020 às 06:48Atualizado em 18/12/2022 às 08:26
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A pandemia da Covid-19, o popular coronavírus, fez aflorar situações as mais difíceis envolvendo a vida humana. Nesta semana chegaremos a 100.000 (cem mil mortos) no Brasil, uma triste realidade, já que em julho 70.000 (setenta mil) já me assombravam, conforme artigo aqui publicado. Na cidade com todo o controle efetuado perdemos próximo de 60 (sessenta) pessoas. Não creio em culpados no mundo, país, Estado e município, mas vejo um descaso na forma de condução do ente federado ao não termos orientação uniforme e perda de tempo com retórica vazia e disputa política. Desculpem, mas é violência contra a cidadania.

Nesta mesma toada, vemos aumentar a violência urbana e rural, crimes e mais crimes contra propriedades, patrimônio e a vida de pessoas inocentes. Botucatu, no interior paulista, fez-nos reviver pesadelos recentes em nossa cidade. Uma situação leva à outra. Desculpem, mas esta violência está ficando cada vez mais estruturada e estruturante. Não enfrentamos antes, nem estamos enfrentando a contento, na pandemia. E depois continuaremos a contar casos e vítimas, só para fins estatísticos?

No retorno do futebol profissional, sem torcidas em campo, achamos que não teríamos violência, ledo engano. Em amistoso no Rio de Janeiro, torcidas de Botafogo e Fluminense se enfrentaram fora do estádio. Me digam, não é estarrecedor? Não sei como este assunto pode de fato ser tratado. Se teste de Covid-19 movimenta a mídia antes da final do Paulistão 2020, não sei o que esperar da postura das torcidas rivais. Espero que combatam esta violência, pois tamanha idiotice não deve ter lugar neste esporte. Futebol é negócio e entretenimento, com pitadas de Paixão e violência é tudo que não cabe neste pacote esportivo.

Já que falei em Paixão, o isolamento social potencializou um outro tipo de violência. A violência doméstica. Todos estamos vivendo momentos de perdas: perda de saúde, vida, emprego, liberdade, espaço, enfim, estamos submetidos a sacrifícios físicos e mentais. Já vi estudos que falam na dificuldade de os casais manterem a sanidade da relação, fazendo-os buscar a separação. Creio que a pandemia fez emergir as várias facetas humanas, trazendo paz e amor aos que estavam em maior estado de harmonia e trazendo guerra e ódio aos que já vinham atravessando momentos de desamor e discórdia. É Violência, será mesmo necessário? Triste, mas é fato. Não é o ideal, mas acontece. O que não podemos aceitar é a violência contra a mulher. As notícias neste sentido, pela falta de dinheiro, excesso de álcool e outras drogas ilícitas, estão entre as principais causas, tornando este tipo de ocorrência sem controle. E isto é grave. Agosto é o mês dedicado a esta conscientização. Portanto, se você estiver neste estágio em sua casa, se você souber de parentes, familiares, amigas, neste momento sofrendo maus-tratos, não se cale. Denuncie. O Rotary, o Lions e a Maçonaria se aliam à rede de Apoio à Prevenção e Combate à Violência contra a Mulher. Esta ação é local e também ecoa pelo Estado. As Campanhas estão a pleno vapor. Use o Centro Integrado da Mulher, o Procon e a Delegacia de Orientação e Proteção à Família. Este combate depende de nós, diga não à violência contra a mulher. Tenho mãe, esposa, filha, tias, primas, amigas, mas tenho principalmente consciência e responsabilidade cidadã e humana. Eu digo não à violência contra a mulher. Eu denuncio e não me calo.

Encerrando o artigo, chegam notícias de uma grande explosão em Beirute, no Líbano. Espero que não seja mais violência.

Karim Abud Mauad - [email protected]

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