ARTICULISTAS

Percepção do cotidiano. A educação do amanhã no agir do agora!

Vania Fonseca
Publicado em 02/06/2020 às 07:19Atualizado em 18/12/2022 às 06:44
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No contexto atual, diante do culto ao individualismo, entre outros fatores agravantes, o ser humano é impelido a olhar para si mesmo e se perguntar: onde estou? Para onde irei?

Em meio ao caos externo, ditado por pandemia (Covid-19) e distorção de valores reais da essência humana (verdade, justiça, bondade...), o indivíduo depara-se com seu vazio interno incompreensível, sente-se incompetente para administrá-lo, não apoiado pelo Sistema de Ensino Brasileiro que não educa para a valorização do autoconhecimento. Diante desta perspectiva de se encontrar à beira do abismo, pode-se iniciar o processo da autossabotagem por culpa, medo, raiva e surgimento da depressão, porquanto não encontra condições em si mesmo para refazer uma rota por falta de harmonização interna.

Em uma sociedade que valoriza o indivíduo pelas posses, a busca por felicidade aumenta na proporção direta em que bens materiais são conquistados, contudo, decai em determinado nível, quando se diminui a esperança de nestes encontrá-la. A felicidade consiste em ser humano, em se tornar consciente ao se iluminar pelo ato de se autoconhecer. E..., à Educação compete auxiliá-lo a acender a candeia em suas mãos para que veja sua própria luz!

Atualmente, ganha expressão a Educação a Distância (EaD), ou aulas remotas, como ferramenta e oportunidade para o ensinamento híbrido que, igualmente ao presencial, exige a valiosa atenção ao que se quer aprender, pois combina aprendizagens em diferentes momentos de tempo e espaço, de forma presencial e/ou virtual.

Espera-se que esta metodologia educacional seja utilizada, também, para sustentar o olhar de um indivíduo na direção de outro diferente. Que proporcione pausa para amar, ouvir o outro, criar vínculos entre alunos, professores e pais. Que a hiperconexão não venha obstruir os vazios enriquecedores da busca interior.

Que o mundo virtual e hiperconectado não traga a separação egoística, mas cultive a solidariedade; que não se percam valores tradicionais afeitos à cultura do diálogo. Que a tecnologia possa servir à transmissão de valores reais, ao hábito de se questionar. Que não se perca a busca pela essência do ser, pelo prazer da existência.

Deseja-se que a Educação se construa em possíveis caminhos intermediários que respondam às questões do mundo interno e externo; que traga disciplina para harmonização entre anseios angustiantes e boa vontade para ser e ter poder frente às luzes da tecnologia. Enfim, que a competência para a busca de recursos internos seja preâmbulo para se encontrar a Educação que traga sabedoria para se viver bem!

Vania Fonseca

Bióloga e pedagoga

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