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Os desatinos de Bolsonaro e Trump

Aristóteles Atheniense
Publicado em 22/05/2020 às 06:47Atualizado em 18/12/2022 às 06:28
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Assim que surgiram os primeiros fatos que comprometeram a administração de Jair Bolsonaro e seus filhos, não tardaram a eclodir suspeitas de que o presidente poderia ser alvo de um processo de impeachment, a exemplo do que sucedeu a Fernando Collor e Dilma Rousseff.

Os sucessivos crimes de responsabilidade que vieram à tona concorreram para que os boatos ganhassem maior expressão. Deixar Bolsonaro imune às balelas em ebulição equivaleria a coonestar os seus atropelos, contemporizando desacertos, a cada dia mais frequentes.

Se o calculista só se dispõe a colocar em prática os seus planos quando está seguro do êxito almejado, já o policial não poderá omitir-se sempre que depara com uma ilegalidade passível de punição. Assim, quando o meliante atua ostensivamente, faltando ao cumprimento de suas obrigações como cidadão, estará legitimando o ilícito, equiparando-se ao infrator.

Em nosso país, na medida em que o antigo capitão fecha os olhos para os desatinos perpetrados por seus asseclas, estimula a fraude, contribuindo para que os audaciosos se esmerem nas falcatruas habituais, desafiando as autoridades e a lei em vigor.

O Brasil assemelha-se aos Estados Unidos no tratamento dispensado aos malfeitores acobertados por Donald Trump. Os democratas cometeram o desplante de promover o impeachment do presidente, mesmo sabendo que este contava com folgada margem de votos no Senado, o que fortaleceria a sua absolvição.

Na concepção de Rui Barbosa, que tem integral aplicação a Jair Bolsonaro e Donald Trump: “Os chefes de Estado não se perdem pelo trabalho de seus inimigos: perdem-se pelos planos de sua própria ambição, insuflados pela subserviência de seus cortejadores”.

Os políticos incapazes de ter princípios ou habituados a não conhecê-los, se não para os violar, são precisamente os que não têm mãos a medir no luxo de invocá-los para os deturpar, à mercê dos interesses da ocasião.

Daí poder-se recomendar aos dirigentes ambiciosos que todos os sentimentos puros obedecem à lei da verdade e onde começa a mentira principia a infidelidade e se abre o caminho da traição.

Aristoteles Atheniense

Advogado, conselheiro nato da OAB e diretor do IAB

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