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COVID-19 e as medidas em andamento no Brasil - Parte 2

Antônio Luiz Veneu Jordão
Publicado em 25/03/2020 às 22:28Atualizado em 18/12/2022 às 05:13
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Graças às ferramentas de comunicação rápida, e em tempos de crise de saúde com graves consequências econômicas, novos fatos alteram rapidamente os cenários presentes e suas projeções. Por este motivo, resolvi continuar registrando e compartilhando informações e análises, oferecendo mais uma visão acerca do momento atual.

Ontem à noite os dois mais importantes chefes de estado do nosso continente fizeram pronunciamentos às suas nações. Ambos sinalizaram, de forma semelhante aos seus nacionais, que a atual quarentena horizontal deverá cessar em breve. Nos EUA, o pronunciamento estimou que essa mudança ocorra em 2 semanas, mais ou menos. No Brasil, apesar de não haver menção temporal, o discurso apontou para direção semelhante. No Palácio do Planalto, esta semana foi marcada por reuniões (por videoconferência, é claro) com governadores dos estados, no intuito de coordenar ações.

Os dois presidentes também anunciaram pacotes financeiros para o combate à epidemia: 2 trilhões de dólares por lá e 88 bilhões de reais por aqui. Nos mercados essas medidas (rumores ontem e anúncios hoje) ressuscitaram as bolsas de valores em todo o mundo.

Para completar a evolução do cenário, a droga hidroxicloroquina, em monoterapia ou associada com azitromicina, tem apresentado a cada dia resultados mais consistentes e que apontam para melhoras no tratamento dos casos de internação com o COVID19.

E quais são os fatores que vão determinar o ritmo dessa evolução na condução da crise?

A pressão empresarial pela retomada econômica é evidente, e já comentada no texto anterior. Mas o primeiro fator condicionante é a evolução da capacidade dos sistemas nacionais de saúde.

Hoje os hospitais federais e os sistemas estaduais e municipais, na sua maioria, já têm seus fluxos desenhados para o atendimento ao COVID19. Hospitais de referência, treinamento de equipes, levantamento de necessidades de pessoal e material, tudo isto já está em estágio mais adiantado e operacional. Informações como leitos ocupados e disponíveis, estimativas de alta, separação dos fluxos Não COVID19, entre outros dados, hoje estão bem mais disponíveis e confiáveis para os gestores desses sistemas.

Com as informações da saúde em mãos, e uma boa capacidade para receber os doentes que necessitem internação, deve-se logo retomar plenamente as atividades comerciais e observar o comportamento do contágio. Observando a conjuntura hoje, essa primeira evolução poderá ocorrer na 2ª ou 3ª semana de abril.

Mantidas as capacidades desse sistema de saúde por mais algum tempo, é possível que escolas e demais atividades sejam retomadas ainda em abril, conforme os números de cada região, estado e município.

O cuidado no contato com os idosos e pessoas com vulnerabilidades (diabetes, problemas respiratórios, coronarianos ou do sistema imunológico) vão ainda permanecer por mais algum tempo. Há que se considerar, ainda, o inverno e as características climáticas de cada ponto do país, ao planejar os próximos passos.

No que se refere aos números de casos e de mortalidade, esses irão continuar crescendo fortemente no Brasil pelos próximos 4 ou 5 dias, devido à demora entre os testes e os resultados.

Na próxima semana a mortalidade deve reduzir seu ritmo de crescimento em consequência do isolamento horizontal que estamos experimentando agora. Já o número de casos confirmados poderá continuar crescendo, devido ao aumento na disponibilidade dos kits de teste e novos fluxos e kits que darão resultados mais rapidamente.

Mas o que realmente importa é a gestão ampla e atenta às informações e aos profissionais de saúde, proativa na adoção de soluções e medidas de contenção, e equilibrada para reconduzir a sociedade à normalidade conforme os sistemas de saúde estejam bem atendendo às demandas do COVID19.

Por ora, enquanto estamos no isolamento social, é manter a calma e a confiança nas autoridades governamentais e do sistema de saúde. E incorporar aos nossos hábitos as dicas de saúde tão divulgadas ultimamente, além de rotinas e alimentação que reforcem o nosso sistema imunológico.

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