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Feminicídio

Invariavelmente, o noticiário policial publica algum feminicídio ou agressão física a mulheres

Mário Salvador
Publicado em 17/02/2020 às 18:08Atualizado em 18/12/2022 às 04:20
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Invariavelmente, o noticiário policial publica algum feminicídio ou agressão física a mulheres. É como se inexistisse a Lei Maria da Penha, que protege a mulher de agressões do companheiro. Sublime companheiro... 

Há relatos de vários tipos de agressões a mulheres indefesas. E, em incontáveis casos, os ferimentos causados pelo criminoso são muito evidentes. O que mais se vê são lesões na face, em geral, de difícil reparação.

Na verdade, frequentemente o companheiro consegue burlar a lei e atacar e até assassinar a ex-companheira, protegida por lei. Para ele vigora o lema: “Não será minha, não será de ninguém!” Desvairado machismo. Recentemente, por exemplo, um marido decepou as mãos da esposa e deixou-lhe hematomas por todo o corpo. O reimplante das mãos permitiu à vítima o retorno à rotina, na medida do possível.

Quase sempre, os familiares da vítima ficam indignados ao se inteirarem dos fatos. Num caso insólito, aflita com as surras do marido, uma filha pediu a ajuda do pai, que, num ímpeto, deu uma invulgar surra no genro.

O certo é que a mulher deve merecer competente consideração e zelo, ou os problemas por que ela passa alcançarão elevado patamar, eventualmente chegando ao feminicídio. Diante dessa necessidade, foram criadas Delegacias para cuidarem exclusivamente da proteção à mulher.

Outra forma de proteção prevista em lei consiste em um Juiz de Direito determinar a distância mínima que o companheiro é obrigado a manter em relação à companheira. E o acolhimento, em local próprio, da vítima de agressão a faz se sentir segura. Além disso, não faltam recomendações para que ela denuncie o companheiro, se houver espancamento ou ameaça.

Apesar de tudo isso, nem sempre se conseguem evitar as agressões e o feminicídio, pois o espancador costuma estar atento, esperando a oportunidade de exercer sua prática favorita: atacar a companheira. 

É óbvio, portanto, que ainda há muito a se fazer para que a mulher não sofra violência ou assassinato. Cicatrizes no corpo e na alma de tantas mulheres continuam sendo o retrato da morosidade de órgãos competentes na tomada de providências mais enérgicas. E enquanto o filme roda, a sociedade deita a cabeça no travesseiro, como se nada estivesse acontecendo.

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