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Traição Política?

Lenha na fogueira é o que não falta nos comentários políticos, não só nas redes sociais

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 22/01/2020 às 20:16Atualizado em 18/12/2022 às 03:42
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Lenha na fogueira é o que não falta nos comentários políticos, não só nas redes sociais como também nas rodas daqueles que se acham articuladores. 

O famoso “Canga Macaco” aplicado pelos dirigentes nacionais do Partido Novo, nesta semana, chocou, principalmente, pré-candidatos aqui, em Uberaba, acendendo o estopim de uma guerra de julgamentos, sentenças e conclusões assinaladas nos grupos e páginas existentes na internet, assim como em colunas e reportagens de jornais.

Neste “arroz de carreteiro” que se tornaram as discussões sobre as eleições 2020, não dá para esquecer as palavras do grande mestre Nicolau Maquiavel, que escreveu “O Príncipe”, quando coloca que a traição política pouco tem a ver com moral e com o ódio.

Deixa claro este grande escritor que a tendência a ser infiel nas eleições está na busca pelo poder e na ganância pela “grana” que normalmente aparece nesses momentos. Esse fator, sim, apresenta-se como responsável pela tendência de amigos, aliados ou companheiros se tornarem infiéis.

A verdade é que existem traições e traições, sendo comum que, para a formação de chapas, ocorra por conveniências eleitorais, coligações contraditórias ou coisa do tipo; a traição quase sempre é certa.

Nunca consegui lidar com traições, sobretudo traições de ideias, de valores, de fidelidade com companheiros de campanha, com a falta de palavra e, principalmente, com falsas promessas. Talvez, por isso mesmo, nunca pensei ou mesmo tive ou tenho vontade de me candidatar a nada.

Àqueles que pretendem se candidatar deixo aqui uma afirmação sobre a qual devem refletir: Uma das piores coisas que ele deve fazer é ter associado sua imagem a um traidor. Se isso chega ao conhecimento do eleitorado, será decisivo para sua derrota nas urnas.

Se a imagem do candidato for associada a um traidor, não há aliança que reverta. Pois o fato de ser traidor é mais cruel do que ser corrupto.

Infelizmente, o que mais temos visto ultimamente por estes lados do sertão de Major Eustáquio é que, em política, uma aliança, assim como um rompimento “definitivo”, sempre tem data de validade, tudo dependendo dos interesses de momento, pois um acordo fechado hoje pode ser esquecido amanhã.

No caldeirão das eleições 2020 em Uberaba, a água já começa a ferver; os tapinhas nas costas estão em evidência e as promessas mirabolantes começaram a se intensificar, mas que se atentem para os ensinamentos históricos.

Quem não se lembra do grande traidor Joaquim Silvério dos Reis, o delator de Tiradentes? Embora tenha conseguido saldar suas dívidas com Portugal por revelar quem eram os inconfidentes, acabou sendo punido pela história.

Cuidado, muito cuidado para não associar sua imagem a um traidor, pois poderá escorregar e não mais levantar para alcançar a vitória nas urnas. 

(*) Articulista e Advogado

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