ARTICULISTAS

Intensa luz

Arte perdida é o título de brilhante artigo do eminente jornalista Ruy Castro

João Eurípedes Sabino
Publicado em 21/11/2019 às 21:46Atualizado em 18/12/2022 às 02:06
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“Arte perdida” é o título de brilhante artigo do eminente jornalista Ruy Castro, estampado no jornal Folha de S.Paulo à página A2, publicado em 18/11/2019. 

Ruy, com seu estilo marcante e inconfundível, indo direto ao tema “Preservação do patrimônio Cultural”, pontua que: “... o Brasil põe fogo em cartas, deixa que arquivos sejam pasto de ratos ou destrói documentos por destruir. Nosso desamor pelo passado é sabido...”. E discorre com propriedade sobre erros que cometeu enquanto editor da revista Fairplay, ao deixar ir para o lixo preciosos manuscritos de: Drummond, Carlos Heitor Cony, Ferreira Gullar, Otto Maria Carpeuax e Paulo Francis.

O mineiro de Caratinga e carioca por opção, com humildade, atira em si mesmo a primeira pedra por entender que também errou como erram muitos. Ruy e não eu, do alto da sua bagagem como escritor consagrado, jornalista de primeira fila e biógrafo irrepreensível, mostra-nos que Patrimônio Histórico não é necessariamente o que se vê, mas o que se sente.

Na noite desse 22/11/2019 teremos um fato histórico em Uberaba que será para sempre lembrad Olga Maria Frange de Oliveira lançará o livro “Pioneiros da história da música em Uberaba”. Trabalho de fôlego e inédito que traz à luz extremado amor ao Patrimônio Histórico, à medida que resgata com maestria músicos, compositores, escritores, poetas, jornalistas, atores, educadores, enfim, toda Uberaba a partir do século XIX. Eu, que sempre vi o Patrimônio Cultural como riqueza inalienável, hoje, diante das 500 páginas do livro de Olga, dou início à ampliação do meu entendimento. Revelo aqui a minha pequenez diante da fortuna histórica que temos e o sonho nosso de preservá-la. O imediatismo soterra, mas não destrói sonhos, porque “o sonho de muitos é indestrutível”. Conclusão da autora.

A sombra é inseparável do corpo que a projeta. No terreno da memória muitas vezes a luz se faz ausente, passando a ideia de que fatos não ocorreram. De repente um espectro de luz invade a escuridão e revela tesouros. Nas sombras do passado estão ocultos patrimônios que podem redirecionar a nossa história. 

Não tenho dúvidas de que as revelações de Olga Maria Frange de Oliveira darão novos rumos ao panorama musical que conhecemos. É uma intensa luz a iluminar espaços sombrios ainda não visitados...

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