FALANDO SÉRIO

Burocracia mantém empresários presos na penitenciária

Wellington Cardoso
Publicado em 12/09/2020 às 13:13Atualizado em 18/12/2022 às 09:26
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Atualizada às 19h do dia 14 de setembro de 2020

Ainda presos

A quase totalidade dos onze empresários e gerente de postos de gasolina presos por formação de cartel ainda permanece na penitenciária neste domingo.

Burocracia

O alvará de soltura assinado pelo juiz Fabiano Veronez esbarra na burocracia do agendamento da inclusão da tornozeleira em sistema controlado exclusivamente por Belo Horizonte.

Providenciadas

A direção da Penitenciária “Aluízio Ignácio” providenciou o equipamento, também não disponibilizado em Uberaba, e vindo de Uberlândia.

Exigência

A central de monitoramento exige agendamento com 72 horas de antecedência, mas ainda hoje estaria incluindo mais de trinta tornozeleiras no sistema, beneficiando presos de diferentes regiões do Estado.

Apenas três

Dos onze, três já haviam recebido a tornozeleira devidamente inserida na central de monitoramento.

Irritado

Um dos advogados do grupo externou sua irritação com a lentidão no cumprimento da decisão do Tribunal de Justiça, tomada na quinta-feira.

Incêndios

Somente no sábado, o Corpo de Bombeiros atendeu cerca de cinquenta ocorrências de incêndios em residências, terrenos baldios, matas e propriedades rurais em Uberaba.

Pior ano

Comandante Passos, do CB, diz que este tem sido o ano mais crítico de todo o período em que serve no município.

No quartel

O próprio comandante passou o sábado em quartel monitorando as ações de suas equipes em diferentes frentes.

Registro

Promotor João Davina lamentou a morte do vice-prefeito João Gilberto Ripposati. “Um político ainda jovem e muito exemplar. Uberaba perde uma pessoa de valor” – afirmou.

Igreja

Em nota assinada pelo padre Alexsandro Ribeiro, o Santuário Basílica Nossa Senhora d’Abadia e a Comunidade dos Padres Estigmatinos igualmente manifestaram o seu pesar.

É ordem

O Tribunal de Justiça determinou que os municípios mineiros seguissem o “Minas Consciente”.

Quem entende?

Eis que, Uberlândia, obrigada a recuar para a onda vermelha, bateu nas portas do Judiciário local no fim de semana e conseguiu liminar para permanecer na onda amarela.

Maconha

PRF apreendeu cem quilos de maconha no sábado, na BR-365, em Uberlândia. Droga, escondida em uma carreta, vinha de Campo Grande/MS, e ficaria metade em Uberlândia e a outra metade iria para a Bahia. Cinco pessoas foram presas.

Convênio

Celebrado convênio para que membros da Associação de Praças da PM e do CB frequentem o Jockey Clube, comemora o subtenente William Alberto de Souza, dirigente da ASPRA.

Investigados

Não apenas os onze presos há pouco mais de uma semana, mas também outros seis donos de postos de gasolina são investigados pelo Gaeco por formação de cartel.

Mais crimes

Considerados integrantes de organização criminosa, nove deles responderão também por lavagem de dinheiro e/ou sonegação fiscal.

Denunciados

Como FALANDO SÉRIO informou na edição deste sábado, na sexta-feira os onze levados à prisão foram denunciados criminalmente e viraram réus.

Citação

Como determinou o juiz Fabiano Veronez, já nesta semana todos eles serão citados, iniciando o período de apresentação de defesa preliminar.

Até o pescoço

Os empresários mergulharam de cabeça num poço de problemas e estão atolados até o pescoço.

Consumidor

Além do Gaeco e da ação criminal, já formalizada e iniciada com a citação, terão de enfrentar também a Promotoria de Defesa do Consumidor.

Compartilhando

As provas apresentadas na área criminal serão compartilhadas, o que elimina a necessidade de outras diligências e encurta caminho.

Multas elevadas

Neste início de semana, a promotora Monique Mosca começa a trabalhar os procedimentos de aplicação de multas em todos os acusados.

Cálculo

E os valores são calculados na movimentação financeira de cada posto.

Transação

Para cumprir o rito, os empresários poderão apresentar defesa, que, uma vez indeferida, provocará audiência de transação (eventual acordo sobre o valor).

E tem mais

Mas, não é tudo. Há também um dano moral coletivo a ser punido – lembra a promotora Monique.

Além disso...

E as penalidades virão igualmente de fora, pois o Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica - está recebendo cópia da apuração feita pelo MP.

De olho

Acionado há dois anos pela promotora, o Cade já estava de olho na situação de Uberaba. Foi um relatório dele para Monique que levou à investigação do Gaeco.

Nivelamento

O estudo do Conselho mostrou que em 2018 era flagrante o nivelamento de preços combinado por empresários.

Provas

Ao estudo se somaram as investigações do próprio Gaeco, e as pesquisas de preços do Procon, mostrando a “combina” a partir de outubro do ano passado.

Aplicativo

Escutas telefônicas feitas pelo MP mostram ainda que o lançamento do aplicativo Preço Bomba, desenvolvido pela Codiub, abalou o empresariado.

Medo

Um dos investigados chegou a externar o receio de ser preso a partir do funcionamento do aplicativo sugerido pela promotora Monique e o ativista Ricardo Teles.

Resistência

As conversas gravadas dão a noção do que motivou o grupo a se opor ao aplicativo da Codiub e a confrontar o presidente da Codiub, Denis Silva, em audiência pública.

Palhaço

Na véspera do lançamento do aplicativo, empresário disse a outro ter sido convidado por colega para comparecer ao ato público. “Fazer papel de palhaço? Negativo” – frisou.

Assustado

O seu intelocutor demonstrou preocupação e acrescentou, afirmando meio que perguntando, como fariam no amanhã para “subir (os preços) todo mundo junto, esse povo vai prender a gente”.

Ironia

Mas, houve também quem, em conversa com transportador de combustível, tratasse com ironia a busca de provas da existência de cartel.

Nem aí

Um outro evidenciou a aparente certeza da impunidade, assegurando que “num tem nada a ver (...) subir tudo normal, uai”.

Desavenças

Há registros também de empresário falando mal de outro em conversa com um terceiro em que chega a proferir palavrão contra o criticado. Todos na lista de cartel.

Laranjas

O Gaeco deixou de lado, na primeira denúncia, os “laranjas” e “testas de ferro” de alguns empresários que não aparecem oficialmente como donos de postos.

Os presos

Como havia antecipado o promotor José Cícero, coordenador do grupo especial do MP, o foco inicial era os que haviam sido presos, em razão de prazos legais.

 Transferidos

Na sexta-feira, os empresários foram transferidos do presídio de Sacramento para Uberaba, permanecendo na Penitenciária “Aluízio Ignácio de Oliveira”.

Tornozeleira

Aqui eles receberão tornozeleiras, uma das condições impostas pelo juiz Fabiano Veronez para que sejam colocados em liberdade por decisão do TJ.

Fiança

E tem também o pagamento da fiança de R$30 mil (R$ 5 mil para o gerente igualmente preso), que nem todos conseguiram concretizar na sexta-feira.

Luto

Uberaba, já abalada com muitas outras mortes, está de luto com o desencarne de Ripposati, um homem como poucos.

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