CIDADE

Servidores do INSS em Uberaba continuam mobilizados pela recomposição salarial

Em Uberaba, unidade faz manifestação contra a fila eletrônica com bandeirolas

Letícia Marra
Publicado em 24/05/2022 às 19:08Atualizado em 18/12/2022 às 19:42
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Após 62 dias de paralisação, servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) finalizam greve com assinatura de acordo, mas recomposição salarial ainda não foi atendida pelo Ministério da Economia. Apesar do fim da mobilização, em Uberaba, servidores continuam a manifestar contra as condições de trabalho com bandeirolas na unidade durante esta terça-feira.

Segundo a membro da Diretoria Colegiada do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social, Saúde, Previdência, Trabalho e Assistência Social (Sintsprev - MG) Dayse Urzedo, a pauta da greve vai além da recomposição salarial. “Realmente era sobre fluxos de trabalho por metas descabidas e desproporcionais pelos servidores do INSS, que estava prejudicando tanto o atendimento aos nossos segurados, quanto a análise de requerimentos de benefícios, diante do precarização dos processos de trabalho que já vínhamos sofrendo, em decorrência da falta de mão de obra humana contratada por concurso, quanto estrutura física oferecida aos servidores, desde internet até novos computadores”, conta.

Conforme a representante, em linhas gerais, houve uma conquista, a do envio de proposta de Medida Provisória sobre a exigência de nível superior para Técnico do Seguro Social, devido ao alto grau de complexidade do trabalho.

Em relação a recomposição salarial, Dayse explica que ainda não receberam nenhum comunicado oficial. "Esses 19,99% que pedimos como recomposição salarial não foi aprovado porque o Ministério da Economia não sentou nas mesas de negociação com o comando nacional de greve. Não tivemos nem reajuste e nem a recomposição salarial, pelo menos ainda. Mas assim como as outras categorias do serviço público federal, estamos aguardando algo nesse sentido por esse governo”, complementa.

No dia 1º de abril, por meio da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores (as) em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (FENASPS), foi enviado documento ao presidente do INSS, Guilherme Serrano, com 14 requerimentos, como realização de Concurso Público para recomposição imediata da força de trabalho e melhoria das condições de trabalho e definição de aporte financeiro para o trabalho

remoto e teletrabalho.

Dentre as reivindicações aceitas estão a realização de concurso público para recompor quadros da Perícia Médica Federal, adequação de agências da Previdência Social às condições sanitárias e a não punição contra os servidores que aderiram à greve.

Unidade de Uberaba retornou os trabalhos hoje e ainda nesta semana será realizado plano de reposição de dias de greve. Os dias paralisados por motivos de greve serão repostos por horas ou pontuação, mas ainda não disponibilizaram o normativo específico. O acordo foi assinado no Ministério do Trabalho e Previdência na presença do ministro José Carlos Oliveira, do presidente do INSS, Guilherme Serrano, da diretora substituta de Gestão de Pessoas do INSS, Eva Lorena Ferreira, e representantes da categoria.

A greve de quase dois meses levou a uma fila de 1.094.210 pessoas que aguardam por atendimento no INSS. Deste total, 65,2% são usuários que esperam por uma perícia inicial, a primeira análise de quesitos para a liberação de benefícios. Cerca de um terço dos mais de 3.000 mil médicos do INSS haviam aderido à greve.

 

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