CIDADE

Instituições redobram cuidados para retomar ensino presencial a pessoas com deficiência

Rafaella Massa
Publicado em 17/05/2022 às 21:15Atualizado em 18/12/2022 às 22:32
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(Foto/ICBC)

Para além das escolas estaduais, municipais e privadas, o retorno do ano letivo aconteceu também nas instituições de ensino para pessoas com deficiência. Essa retomada implica em ainda mais atenção às regras de biossegurança, para preservar a boa saúde de alunos e toda a equipe pedagógica. Isso porque as pessoas com deficiência estão no grupo de risco de contaminação pelo vírus, portanto, o controle das regras precisa ser ímpar.

Como argumenta o presidente do Instituto dos Cegos do Brasil Central (ICBC), Felício Costa, pessoas com deficiência visual, por exemplo, precisam usar o tato constantemente para fazer atividades rotineiras. “Para a pessoa com deficiência existe um agravante durante a pandemia, que é o fato da pessoa com deficiência visual usar o tato, tocar em tudo. Isso complica muito a situação da pessoa que não enxerga. Imagina assim, a pessoa com deficiência precisa atravessar uma rua e alguém quer ajudar, aí vai precisar da proximidade, do toque. Enfim, se o cego vai ao açougue, à padaria, ao varejão, precisar tocar nas coisas, alguém tem que te ajudar”, afirma.

Felício ainda conta que entre os internos, equipe pedagógica e alunos, do instituto não houve grande incidência de casos, e os poucos infectados que tiveram se recuperaram bem. Mas, com o tão aguardado retorno ao modelo presencial, a exigência com o cartão de vacinas atualizado foi grande por parte da escola. “Nós tivemos uma exigência muito grande pela vacinação, tanto para a equipe, quanto para os alunos, mesmo que algumas pessoas desacreditem na vacina”, explica Felício.

O presidente do ICBC ainda conta que houve um retrocesso no aprendizado. Enquanto a Abrace (Associação Brasileira Reabilitação Alfabetização Crianças Especiais) continuou as atividades de forma individual devido a necessidade dos alunos. “Nós não paramos com as atividades na pandemia. Nós fizemos atendimentos individuais com toda segurança, seguindo os protocolos da Covid e deu certo. Nós não tivemos contaminação na escola durante os atendimentos. O objetivo foi a proteção emocional, pois nosso público necessita desse contato permanente para se sentirem seguros. Não podemos e nem devemos quebrar vínculos tão importantes para o desenvolvimento deles”, conta Liliane Martins.

Em 2021, a escola retomou as atividades com grupos menores de atendimento, no mês de agosto. “Em 2022 nós nos preparamos para recebê-los em sala de aula com atividades normais em 4.20 minutos diários e deu certo”, conta Liliane. A demanda escolar ainda não retornou em sua totalidade, principalmente devido a falta de condições para o transporte dos alunos. A diretora ainda conta notar uma maior dificuldade financeira por parte dos pais e relata que desde 2019 a instituição vem enfrentando dificuldades financeiras próprias.

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