CIDADE

Geólogo descarta deslizamento de rochas em Uberaba, mas alerta para risco iminente de enchentes

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 10/01/2022 às 15:23Atualizado em 18/12/2022 às 17:42
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Acidente em Capitólio deixou dez vítimas fatais no fim de semana e mais de 30 pessoas feridas

O aumento das chuvas em todo o estado e os recentes acidentes no sudoeste de Minas acendem o alerta amarelo nas condições turísticas em Uberaba e região. O pior episódio, em Capitólio, no último sábado (8), retoma as atenções para o cuidado com a geografia local, tomada pelo medo de deslizamentos de rochas. Contudo, segundo o geólogo José Cláudio Campos, o risco natural para acidentes na cidade é outr enchentes.

Em entrevista à Rádio JM, o professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) ponderou que todos os acidentes geológicos podem ser prevenidos se houver estudo aprofundado das condições dos locais. No caso dos cânions de Furnas, é possível falar em displicência dos órgãos regulatórios com os avisos de perigo, dado o volume de chuvas que atingiu a região nas últimas semanas.

Entretanto, falar em interdição permanente não é uma opção real. Na opinião dele, o que deve haver é uma identificação rigorosa dos pontos mais suscetíveis a desastres, para realocar os pontos turísticos e garantir a segurança dos visitantes.

Em relação à região Triângulo Sul, José Cláudio não acredita que casos de deslizamento de rochas devam fazer parte do cotidiano uberabense, mas sim de enchentes em decorrência da má utilização dos espaços públicos ao redor dos rios.

“Aqui teríamos enchentes em áreas suscetíveis a inundações, que poderiam ser identificadas antes de um acidente. O que tem que se entender é que o rio sempre vai encher na época das chuvas. A área próxima dos rios inunda. O que acontece é que nesse período em que a área não está sendo inundada, a população acaba ocupando. Depois, ocorrem os acidentes. Cabe ao poder público identificar essas situações”, explica o professor.

Mapear áreas perigosas, sinalizar locais com risco e orientar visitantes são as formas mais eficazes de evitar tragédias, diz José Cláudio. Por isso, o trabalho de geologia é indispensável para qualquer tipo de projeto turístico que envolve belezas naturais.

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