CIDADE

Ondas de frio ainda devem ocorrer em agosto e setembro, diz climatologista

Luiz Gustavo Rezende
Publicado em 02/08/2021 às 20:20Atualizado em 18/12/2022 às 15:15
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O clima brasileiro pode estar mudando para temperaturas mais baixas e as alterações devem durar mais um pouco. A variação se dá por conta de um fenômeno natural, chamado de Oscilação Decadal do Pacífico (ODP). A análise é da climatologista Wanda Prata, que falou sobre o tema com a reportagem do Jornal da Manhã, ontem.

Conforme a climatologista, o nosso clima é o comportamento do tempo ao longo dos anos e ele é controlado pelos Oceanos. “Toda a distribuição climática é provocada pelos oceanos, principalmente pelo Oceano Pacífico, que é o maior. Conforme o Pacífico fica mais quente ou mais frio, ele faz a distribuição de ventos e temperaturas em todo o globo, alterando toda a temperatura”, explica.

Segundo Wanda, este ano houve um acúmulo de gelo grandioso na Antártida e impulsionou massas de ar polar em direção à América do Sul, África e Oceania. “Essas massas de ar alcançaram a região dos trópicos e estamos sofrendo com esse novo sistema, que começou este ano. Trouxe essas massas de ar que ultrapassaram a região dos trópicos”, pontua, ressaltando que as janelas de oscilação variam de 25 a 30 anos.

As mudanças desse período decadal, ainda de acordo com a climatologista, farão com que diminuam as chuvas na área dos trópicos, onde está incluso o Triângulo Mineiro, e ocorram fortes temporais na região subtropical, que é a região Sul do país.

Outro fenômeno que pode ocorrer são novos períodos de frio em meses que, geralmente, não ocorriam temperaturas baixas, como é o caso de agosto e setembro. “Sabemos que tem duas massas de ar frio para virem. Não sabemos, porém, se ocasionarão tanto frio como ocorreu nas últimas, ou não, mas chegarão em agosto e setembro”, aponta, ressaltando que estamos enfrentando uma mudança climática.

Desafios. A mudança no clima vai impor desafios na área urbana e rural. Conforme Wanda Prata, os produtores agrícolas, sobretudo os de hortaliças, deverão adequar-se ao sistema de estufas, pois o clima poderá trazer ainda muitas geadas e acarretar na perda da produção se o plantio ocorrer da forma convencional. “Há necessidade de agora em diante se fazer estufas, plantar no sistema de hidroponia, usando adubo orgânico em tanques de irrigação, porque as geadas vão aparecer quando menos esperarmos”, prevê.

Já nos centros urbanos, o desafio será a gestão da água, com foco para evitar o uso desnecessário. “Nós precisamos adequar as casas, fazer poços cimentados, armazenar a água das chuvas e utilizar essas águas para serviços gerais. A água nos rios deve diminuir muito”, finaliza. 

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