CIDADE

Professores da rede estadual podem fazer greve contra aulas presenciais

Joanna Prata
Publicado em 05/07/2021 às 19:03Atualizado em 19/12/2022 às 03:11
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Coordenadora do Sind-UTE, Maria Helena Gabriel, diz que as escolas em Uberaba não estão preparadas para o retorno presencial (Foto/Arquivo)

Após a Secretaria de Educação de Minas Gerais anunciar o retorno das atividades escolares em modo presencial na rede pública estadual, os trabalhadores já falam em deflagração de greve, chamada pela categoria de sanitária. O movimento será tema de assembleia online, que terá início às 9h desta quarta-feira (7), com os 580 conselheiros do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).

A professora Maria Helena Gabriel, coordenadora do Sind-UTE/MG, explica que, na assembleia, os trabalhadores da Educação irão definir se vai haver ou não a greve. Conforme a sindicalista, no sistema de ensino estadual em Uberaba deve ter entre dois mil e três mil professores.

Na opinião dela, as 40 escolas da rede estadual na cidade não estão preparadas para receber os alunos e profissionais de forma segura. “Como nós vamos dar conta de cuidar desses meninos dentro da escola? O abraço, beijo, trocar máscara? Você acha que isso não vai acontecer?”, questionou a coordenadora. Maria Helena disse que a média é de mil alunos por instituição.

Segundo a coordenadora do Sind-UTE/MG na região, a decisão do governo estadual do retorno das aulas presenciais deixou os trabalhadores bem apreensivos. “Sabemos que a volta às aulas será drástica. Nós não temos os professores e profissionais da Educação vacinados com a segunda dose; nós não temos os alunos vacinados; não temos os pais desses alunos vacinados, e nós sabemos o tanto que isso será complicado para o retorno”, opinou.

Um ponto levantado pela coordenadora é a responsabilidade das instituições de ensino em casos de um aluno se contaminar por Covid-19 em ambiente escolar. “Os pais estão recebendo orientação do Estado para enviarem os filhos, mas qual a garantia que o Estado está dando? E se um aluno adoecer, a escola vai assumir o tratamento dele?”, indagou Maria Helena.

O retorno dos alunos está marcado para o dia 12 deste mês. O modelo proposto pelo Estado é de forma híbrida, em que as turmas serão divididas em duas e será feito revezamento semanal. A professora disse que muitos alunos não conseguiram nem fazer matrícula, que está sendo feita de forma online, por não terem acesso a computadores ou à internet. “Este ano, o governo desempregou 40 mil trabalhadores em Educação por falta de alunos (...) Acredito que levaremos muitos anos para regularizar o ensino”, finalizou a sindicalista.  

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