CIDADE

Situação crítica: Quase 100 pessoas estão nas UPAs aguardando transferência

Alta demanda de leitos clínicos causa realinhamento no atendimento das UPAs

Rafaella Massa
Publicado em 22/06/2021 às 19:03Atualizado em 18/12/2022 às 14:47
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Foto/Jairo Chagas

Segundo a Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba (Funepu), os 93 pacientes que aguardavam transferência nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), continuam esperando até o fim desta tarde (22). De acordo com a fundação, 24 pacientes já tinham vagas destinadas ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, mas as transferências ainda não haviam sido liberadas pela unidade hospitalar. Por isso, novas medidas, emergenciais, foram adotadas nas unidades.

A medida prevê, principalmente, o remanejamento de leitos anteriormente destinados a pacientes com sintomas da Covid-19, para usuários que têm procurado as unidades para atendimentos clínicos.

De acordo com a presidente da Funepu, Jesislei Rocha, houve redução nos quadros de síndrome respiratória, mas os atendimentos clínicos têm aumentado consideravelmente. Em conjunto com esse aumento, há a dificuldade de transferência de alguns pacientes, que “foge do controle da Fundação”, mas também não há a possibilidade de negar atendimento médico a pacientes. Pensando nisso, há um realimento da divisão dos leitos nas unidades, que atualmente estão separados entre ‘pacientes Covid e Não Covid’, para que a área que mais tenha necessidade consiga ter mais estrutura disponível.

HC-UFTM. Segundo o vice-prefeito, Moacyr Lopes, a situação dos leitos do Hospital de Clínicas da UFTM é realmente complicada e afirma que os leitos estão saturados há anos. Pela manhã, à Rádio JM, Moacyr explicou que o HC tem 22 leitos, mas está atendendo 38 no momento e os funcionários estão se esforçando ao máximo para não deixar nenhum paciente sem tratamento. 

“A prefeita Elisa Araújo convocou uma reunião pela manhã no hospital escola, para tratar a questão de regulação de leitos. Estiveram presentes a professora Ana Lúcia, que é diretora do hospital, eu, a Valdilene, secretária adjunta de saúde, e pessoas da comissão de saúde da câmara. A questão é: para transferir uma pessoa de uma UPA para um hospital tem que haver leito. E o hospital escola, conforme vai vagando, vai transferindo os pacientes”, afirma Moacyr.

Ainda segundo o vice, o Governo Municipal age junto ao hospital para conseguir mais leitos, os quais já foram conquistados dois leitos de cardiologia, fazendo a fila de espera para este setor andar. “Agora pela manhã só restavam quatro pessoas na fila para serem transferidas. O hospital escola tem alta capacidade para cardiologia por dias, a questão é que não tem leitos suficientes, até porque a estrutura física do hospital é limitada” relata.

Além destes, o Governo Municipal está em transações com o Hospital Hélio Angotti para a utilização de 22 leitos no sétimo andar do hospital. Em reunião convocada pela prefeita foi finalizado o acordo de usar os leitos que eles têm no sétimo andar. Segundo Moacyr, havia uma promessa jurídica que o hospital Hélio Angotti está conseguindo sanar e, provavelmente, essa semana ainda os leitos estarão disponíveis, “no mais tardar, até dia 30”. Além desta, também está sendo feita uma negociação com o Hospital Beneficência Portuguesa a fim de serem disponibilizados mais leitos.

“O grande problema hoje é que, por exemplo, quando uma pessoa sofre um infarto ela vai para a Unidade de Pronto Atendimento, ele é controlado pelo cardiologista da UPA que fala instantaneamente com o cardiologista do HC. Enquanto ele consegue estabilizar o paciente, este já entra na fila de transferência para o Hospital Escola. Então, se a pessoa faz uma cirurgia, depois a gente não consegue transferir ele para outro hospital, porque nas primeiras 48 horas ele pode ter problemas. Então, ele teoricamente deveria estar bom no outro dia, mas continua em observação, ocupando o leito. Nós estamos tentando abrir outras especialidades em outros hospitais para priorizar, principalmente, o cardiológico, o vascular e a ortopedia, que são os carros chefes do Hospital Escola”, finaliza.

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