CIDADE

UTIs neonatais podem ficar sem leite humano por falta de doações

Estoque do Banco de Leite está com apenas cinco litros, que, se forem repassados para as instituições sem novas doações, até quarta-feira o fornecimento deverá ser interrompido

Rafaella Massa
Publicado em 12/06/2021 às 18:33Atualizado em 18/12/2022 às 13:53
Compartilhar

Foto/Jairo Chagas

O ideal para o banco de leite atuar com tranquilidade e manter todos os atendimentos é que tenha estoque de 20 litros

O Banco de Leite Humano de Uberaba precisa de ajuda neste momento. A baixa nas doações tem impendido que o estoque permaneça com uma média aceitável para fornecimento sem transtornos. Segundo dados da Prefeitura, caso não ocorram novas doações, com o volume atual de cinco litros de leite, pode acontecer que, até quarta-feira (16), o estoque se dissolva e seja necessário interromper o fornecimento de leite para Unidades de Terapia Intensiva neonatais.

O leite materno é fundamental para crianças recém-nascidas construírem boa saúde, com sistema imunológico que as proteja, principalmente as crianças que nascem prematuras ou com problemas de saúde que exigem internação em UTI neonatal. Porém, algumas mães, por diversos motivos, podem acabar não conseguindo produzir este leite, que é fornecido pelo banco de leite. Segundo a médica responsável pelo banco, Cristina Gobbo, o leite é o alimento padrão ouro para todos os bebês.

“Para qualquer bebê, ele é o alimento primordial, que oferece os nutrientes na quantidade de na qualidade adequadas. A gente fala que o leite materno é um alimento vivo, porque ele facilita o estabelecimento de uma flora intestinal adequada. Ele fornece anticorpos para a criança. Então, é um alimento vivo e isso nenhuma fórmula vai conseguir se comparar. Agora, quando a gente está falando de bebês hospitalizados em UTI, eles já estão enfrentando muitos desafios neste início de vida. Alguns nascem antes do tempo adequado. Então, são bebês muito delicados, que às vezes não estão prontos e nem se adaptam ao uso de fórmula”, afirma a médica.

Ainda de acordo com Cristina, o banco precisaria de, em média, 20 litros de leite em estoque para trabalhar com tranquilidade, contanto que o leite seja reposto todos os dias. “Porque a gente dá saída todos os dias de leite para as UTIs neonatais e esse estoque tem que ser recomposto”, relata. Atualmente, o banco conta com um estoque de cinco litros.

A responsável pelo banco de leite ainda conta que a doação é um processo muito fácil e não precisa sair de casa. As mães passam por um cadastro feito no Caism, onde fica localizado o Banco de Leite Humano. No cadastro é pedido uma série de dados da doadora e sobre a sua saúde e o uso de medicamentos, etc.

“Se a mulher for tabagista ou fizer o uso de bebida alcóolica, não pode fazer a doação. Se ela já souber retirar o leite, ela nem precisa vir até aqui. Se ela precisar aprender, ela vem só uma vez e nós a ensinamos. Então, nós enviamos o que nós chamamos de kit da doadora, que é composto por um vidro esterilizado, onde ela vai armazenar o leite, e um folheto com as verificações e orientações, para tirar as dúvidas que possam surgir. Ela também recebe uma máscara e etiqueta para identificação”, informa Cristina.

A retirada do leite pode acontecer no momento em que a mãe estiver disponível e na quantidade em que ela conseguir tirar. Após retirá-lo, é necessário armazenar nesse recipiente de vidro até que a equipe do banco faça a coleta, que acontece uma vez por semana. “Então, ela faz quando ela pode, na quantidade em que ela pode. Não precisa mandar um vidro cheio, não existe essa obrigatoriedade”, conta a responsável pelo Banco de Leite Humano.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por