CIDADE

Para infectologista, medidas devem ter outros indicadores além da testagem

Profissional considera plano anunciado pela Prefeitura importante para o enfrentamento da doença, mas outros dados devem ser considerados para a definição de regras sanitárias

Joanna Prata
Publicado em 15/05/2021 às 16:06Atualizado em 19/12/2022 às 03:45
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Foto/Jairo Chagas

Para a infectologista Cristina Hueb Barata, a testagem vai ajudar a identificar os assintomáticos

Infectologista diz que testagem é mais eficiente para monitorar os contactantes (pessoas que estiveram com pacientes com Covid) do que para estabelecer medidas de restrições, como quer o Governo Municipal. Na opinião da médica Cristina Hueb Barata, o plano de testagem vai ajudar a identificar o paciente assintomático que nunca foi testado. Ela diz que o plano é de fundamental importância no enfrentamento e controle da doença, mas é preciso observar outros indicadores para o estabelecimento de normas sanitárias mais rígidas ou mais flexíveis.

Na semana que passou, a Prefeitura divulgou o plano de testagem para medir a positividade da transmissão do coronavírus e, a partir daí, definir se adotará medidas mais restritivas em Uberaba. A infectologista concedeu entrevista ontem à Rádio JM. Para ela, a medida nesse momento precisa ser complementada com outras métricas importantes para definir o painel futuro. Cristina diz que a testagem é mais eficiente para monitorar os contactantes sobre aquele caso positivo. “Hoje estamos vendo essa transmissibilidade muito alta nos ambientes familiares”, analisou.

Segundo a médica, a taxa de detecção  da transmissibilidade nos casos dos assintomáticos é muito baixa. Conforme o plano, as empresas deverão comunicar à Prefeitura os casos positivos de Covid-19. No caso das testagens feitas nas empresas, conforme sugerido pelo plano de testagem, Cristina Hueb disse ser necessário conhecer sobre o tipo de teste que será feito. Os indicados são os antígenos e o RT-PCR, que podem ser feitos por meio da saliva ou com material colhido de forma nasal. 

Mesmo com os números da taxa de transmissão sendo oferecidos atualmente pelo Observatório Covid, o plano de testagem vai ajudar porque irá abranger aqueles assintomáticos que ainda não foram testados. Os dados divulgados atualmente são relativos aos pacientes que procuraram laboratórios, UPAs, UBSs ou clínicas para fazerem o teste, por causa de sintomas. Para a profissional médica, com o teste sendo oferecido, o quadro sobre números dos infectados na cidade que podem ser vetor de transmissão fica mais próximo da realidade e, assim, esses indivíduos podem ser isolados, para se buscar a redução da taxa de transmissão.

A infectologista avalia que o monitoramento do paciente infectado pela Covid-19 é crucial para a melhora do quadro e, também, o acompanhamento daqueles que vivem com o doente. “No caso de um paciente que é jovem e está no auge da sua condição de saúde, ele tem, às vezes, em casa uma ou duas pessoas que são de maior risco. Então, a partir desse caso, é necessário monitorar o início dos sintomas nessas pessoas de maior risco”, explicou Cristina. De acordo com ela, não é o caso de ter que ficar ligando todos os dias, mas é necessário abrir um canal direto para acessar e informar, caso note a piora do quadro do doente. 

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