CIDADE

Aquisição de medicamentos de intubação é desafio constante dos hospitais, afirma médico intensivista

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 12/04/2021 às 15:41Atualizado em 19/12/2022 às 03:53
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O risco do desabastecimento nacional de medicamentos necessários para intubações é mais um obstáculo dos hospitais no tratamento da pandemia da covid-19. Em Uberaba, o Hospital Regional José Alencar beirou a insuficiência de insumos no último dia 9 e categorizou a corrida pela disponibilização de sedativos. Na esfera particular, o Hospital Universitário Mário Palmério (MPHU) também lida com a dificuldade de compras e de comunicação com as indústrias farmacêuticas.

De acordo com o médico intensivista Hudson Gomes Pires, coordenador das unidades de tratamento intensivo (UTI) do MPHU, além da dificuldade de aquisição de medicamentos, os preços ofertados pelas indústrias são desleais e não condizem com a realidade de um momento delicado como a pandemia.

“No Mário Palmério, a nossa briga ainda é com a indústria farmacêutica para conseguirmos a compra. Não só faltam os medicamentos, mas o preço adotado é exorbitante. Além disso, caso os hospitais privados consigam comprar, a entrega não é garantida, o que gera outra preocupação. No MP dependemos da compra diretamente das indústrias farmacêuticas. Nós e o setor de farmácia estamos procurando convênios para que haja uma pressão maior nas indústrias”, declara o médico

Segundo Hudson, o panorama não é resultado apenas da falta de gestão federal, mas da burocracia e da demora para iniciar tratativas efetivas. Uma possível solução seria a importação de medicamentos, mas também seria pouco efetiva pela dificuldade de negociação.

“Eu não digo falta de gestão, mas é porque ninguém imaginou que uma situação de crise dessas aconteceria. Em um cenário assim, uma antecipação deve acontecer, e eu não sei se essa visualização aconteceu. Até então, o fornecimento de medicação seguiria o cronograma comum, rotineiro. A corrida que está tendo agora é para tentar a importação dessas medicações. Aí esbarra-se em burocracia, dificuldade de compra, valor mínimo para importação... Os hospitais maiores, nas capitais, têm maior condição de negociação pelo alto número de pacientes atendidos, e os [hospitais] privados no interior estão mais sujeitos ao problema”, argumenta Hudson.

SEM FIM

Questionado sobre a perspectiva de alívio na ocupação dos leitos, o coordenador das UTIs esclarece a realidade das unidades de atendimento em Uberaba. De acordo com ele, não há dados para declarar diminuição de casos. Contudo, as administrações podem começar a avaliar a incidência de internações nas faixas etárias já vacinadas.

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