Não apenas as repentinas mudanças climáticas devem ser motivo de preocupação em Uberaba no mês de abril. Além da variação térmica, a cidade enfrenta anomalia atmosférica com grande impacto potencial, causada pela alta concentração de íons na superfície aérea de quase todo o Brasil.
De acordo com a meteorologista Wanda Prata, o fenômeno funciona com alterações no campo magnético terrestre e cria nuvens extensas de íons – átomos que sofreram alteração na quantidade de elétrons e que reagem com a radiação solar. Desta forma, o efeito de raios sem nuvens pode ser observado nos próximos dias.
“Essa anomalia vai até o Mato Grosso, pega Goiás, Minas, São Paulo e vem para o oceano Atlântico. Com esse fenômeno, as pessoas falam ‘o sol está queimando’, mas ele é o mesmo, só que, neste caso, temos choques dos elétrons, que aquecem a temperatura, dando a impressão de que o sol está mais quente. Podemos ter duas situações: tempestades com quantidades grandes de raios ou, mais grave e perigoso, descargas elétricas sem nenhuma nuvem. Se cair uma descarga elétrica em uma cerca de arame onde estão bois, não fica um vivo. Isso é grave”, apresenta Wanda.
A meteorologista alerta os produtores rurais, contudo, a preocupação deve ser estendida ao perímetro urbano descoberto de para-raios.
“Não estou vendo ninguém do agro preocupado com isso. A prevenção é o aterramento das cercas de arame nas áreas rurais e aqui na cidade termos para-raios funcionando. As áreas grandes estão sujeitas a uma série de acidentes. Tudo isso durante o outono e o inverno”, finaliza Wanda Prata.
Outono e inverno deverão ser muito secos, mas com algumas tempestades
A meteorologista prevê tempo seco e, às vezes, tempestuoso durante o outono e o inverno. De acordo com ela, a falta de chuvas é resultado de um bloqueio atmosférico no sudeste asiático, que consegue impactar diretamente o clima no sudeste brasileiro.
“O outono e o inverno deste ano vão ser secos. A falta de chuvas é causada por um bloqueio que existe no Extremo Oriente, onde temos uma alta e uma baixa pressão, e as duas juntas emitem uma onda que vem por cima, na atmosfera, cai no oceano Atlântico e imbica (sic) no Sudeste para o Nordeste. Essa onda causa secas horrorosas e já está em funcionamento”, revela Wanda Prata.