"A gente precisa voltar a borrifar o saquinho de supermercado com álcool", diz matemática do Comitê

O Comitê Municipal de Enfrentamento a Covid-19, por meio de dados coletados e estudados pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), analisa a curva crescente de infecções e óbitos pela doença em Uberaba. No domingo (16), Uberaba registrou aumento de quase 700% no número de internações desde o dia 1º de janeiro.

Em entrevista à Rádio JM, na manhã desta terça-feira (16), a doutora em matemática, integrante do Comitê Municipal e do “Observatório Covid-19 Uberaba” da UFTM, Michelli Maldonado, esclareceu os números e expôs o quadro sensível da cidade.

“Com certeza teremos novos recordes de óbitos. Com as medidas sanitárias, nós queremos atingir o número de infectados, porque nunca vamos conseguir diminuir o número de óbitos diretamente. A gente precisa primeiro olhar como diminuir os casos confirmados, e só depois olhar para número de óbitos e internados”, declara Michelli.

A professora indicou o prazo para identificar possíveis melhorias nos números de óbitos e internados em Uberaba, e explicou que a conta só é fechada cerca de duas semanas após o início das medidas. Ainda, Michelli opinou sobre a adesão da população às medidas sanitárias e acredita que só serão efetivas caso sejam entendidas pelos uberabenses.

“É uma questão de comportamento de todos. Estamos hoje todos tomando os mesmos cuidados de um ano atrás? Em março do ano passado, nós passávamos álcool em tudo, ia só uma pessoa no supermercado, evitava sair de casa... Então as medidas restritivas existem para que a gente consiga viver com o mínimo, mas toda a população tem que cumprir sua responsabilidade. A gente precisa voltar a borrifar o saquinho do supermercado, jogar álcool em gel na maçaneta, e tirar o sapato fora de casa”, finaliza a matemática.