Cemitério vertical de Curitiba
Nas últimas semanas os candidatos ao cargo de chefe do Poder Executivo de Uberaba discutiram a hipótese de modernização dos cemitérios da cidade a partir do projeto de cemitérios verticais. Mas afinal, o que são os cemitérios verticais?
De acordo com a engenheira Hortência Moreira Matos, o projeto de verticalização consiste na construção de um prédio com vários andares, onde os corpos são alocados em lóculos (espécie de gavetas) empilhados, devidamente impermeabilizados e lacrados.
Para a estrutura do cemitério são utilizados concreto armado, alvenaria em tijolos, impermeabilizantes e tubulação para captação de gases, materiais não necessários em cemitérios convencionais. A captação dos gases é parte importante, já que os corpos estão acima do solo e a decomposição é feita utilizando oxigênio, liberando os gases tóxicos por tubos especiais que serão tratados e purificados. “Os corpos entram em decomposição sem liberar o líquido necrochorume. Dessa forma, não oferecerá riscos ao meio ambiente”, explica Hortência.
Além disso, não há necessidade de readequar os conjuntos habitacionais ao redor, visto que os danos são evitados e não afetam a vida dos habitantes.
O empresário do ramo funerário Adalberto Pagliaro diz que a construção mais limpa e com menor impacto ambiental e a melhora significativa na mobilidade são as principais características dos cemitérios verticais. Além disso, Pagliaro lista as vantagens do projeto e diz que a construção não requer adaptações bruscas, podendo beneficiar o usuário final com um custo mais acessível.
“A construção é mais limpa e com menor impacto ambiental; concepção mais atual e com visual mais sereno; não lembra cemitério, e sim um prédio comercial; pode ser erguido em qualquer espaço de 2.000 a 5.000 metros, reduzindo custo de investimento e consequentemente beneficiando o usuário final; pode ser construído em escala menor e nos bairros, eliminando o óbice ‘mobilidade’. Não possui desvantagem em relação ao convencional, por isso é a modalidade mais aceita no mundo”, completa.
Na avaliação do empresário, o cemitério vertical é o único que permite a isonomia social e não separa as pessoas por classes sociais.