Após questionamento popular, Corregedoria vai apurar atuação da GM na Feira da Abadia

Corregedoria do município vai apurar fato envolvendo agentes da Guarda Municipal na prisão de um homem que se negou a usar máscara de proteção facial enquanto transitava pela Feira da Abadia no último domingo (11). Após ser abordado pela falta do equipamento de proteção individual, o homem teria ameaçado e desacatado os agentes de segurança e acabou precisando ser contido, o que gerou questionamento popular, com denúncia de suposto uso de força excessiva. À reportagem, o secretário de Defesa Social, Wellington Cardoso, nega que tenha havido qualquer excesso por parte dos guardas municipais e afirma que eles agiram em conformidade com a lei no presente caso.

Procedimento interno irá apurar também o uso inadequado da máscara de proteção facial por parte dos guardas municipais que atuaram na ocorrência. Questionamentos de populares no local e nas redes sociais chegaram também à reportagem do Jornal da Manhã, incluindo uma foto que mostra um dos agentes usando a máscara no queixo, ao invés de usá-la cobrindo o nariz e a boca, como exige o decreto municipal em vigência. Cardoso explicou que o agente municipal precisou retirar temporariamente a máscara do rosto para restabelecer a ordem no local. "A falta de máscara do GM na hora da confusão foi pra se fazer ouvir, o que é impossível com máscara numa situação daquela", afirma.

A reportagem acionou a assessoria de comunicação da Prefeitura de Uberaba quanto aos questionamentos. Por nota, a administração municipal limitou-se a informar que “segundo o Boletim de Ocorrência, o cidadão foi incitado a usar máscara e agrediu os guardas verbalmente com palavrões. Ao ser dada voz de prisão por desacato, tentou evadir-se do local sendo contido. Em toda situação de conflito envolvendo servidores nela lotados é instaurado procedimento para apuração pela Corregedoria”. Apesar de outros questionamentos terem sido feitos, não foi dada nenhuma explicação complementar ao caso.

Conforme apurou a reportagem, o homem detido é alvo de outros registros policiais, acusado de diferentes crimes, sobretudo ameaça e lesão corporal, além de cumprimento de mandados de prisão em aberto em pelo menos duas ocasiões. Segundo documento recebido pelo Jornal da Manhã, um dos registros policiais aponta que o homem teria usado o próprio filho, um bebê de dez meses, como uma espécie de "escudo" contra as investidas policiais para sua prisão. 

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Entenda o caso. Um homem foi preso após ameaçar integrantes da Guarda Municipal, na feira da Abadia. A situação ocorreu durante patrulhamento comunitário a pé, na avenida Prudente de Morais.

O rapaz, que não fazia o uso da máscara, transitava em local de aglomeração na via quando foi abordado.  Foi solicitado para que o indivíduo colocasse a máscara e o mesmo recusou e começou a xingar os guardas.

Foi dada voz de prisão por ameaça. O mesmo apresentou resistência à prisão, sendo assim foi preciso fazer o uso moderado da força e técnicas de defesa pessoal para que fosse feita a imobilização e algemação. Como medida administrativa foi feito autuação pelo não uso de máscara em via pública. 

O indivíduo ainda foi conduzido a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do São Benedito, pois apresentava discreta escoriação no lábio superior. Ainda consta no relatório médico, lá ele também apresentou comportamento alterado e chutou a porta do consultório na entrada.

Ao chegar na Aisp 85 para confecção do Boletim de Ocorrência, o mesmo continuou alterado, batendo a todo momento a algema no banco. Na delegacia de polícia, em diligências com investigadores de plantão, foi constatado que o envolvido havia mentido o nome e outro registro com os dados corretos foi feito.

*Matéria atualizada às 8h40 de quarta-feira, 14 de outubro, com informações recebidas pelo secretário de Defesa Social, Wellington Cardoso.