Fluxo de atendimentos nas UPAs cai quase 70% em tempos de pandemia

Em tempos de pandemia, Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) registram queda de quase 70% no fluxo de atendimentos. No entanto, não houve redução das equipes médicas e de enfermagem. De acordo com o diretor clínico das UPAs São Benedito e Parque do Mirante, Thiago Borges, a maior procura é para pacientes com sintomas agudos, considerados de pronto-atendimento.

Já pacientes com sintomas mais simples ou com doenças crônicas e outras enfermidades, como dores de garganta, deixaram de procurar as unidades. Além disso, ele informa que foi estabelecido um fluxograma para os pacientes, separando aqueles com sintoma respiratórios daqueles com outras queixas e enfermidades. Este fluxo faz com que não ocorra aglomeração de pessoas e diminui o tempo de espera. “Desde a sua chegada à recepção até o momento do atendimento prestado, estamos tendo um tempo de espera de quinze minutos”, diz. No entanto, as UPAs continuam sendo alvo de inúmeras denúncias. Para o diretor clínico, as unidades estão sendo usadas como instrumento político, para divulgar informações falsas. “Infelizmente, está ocorrendo esta situação”, lamenta.

Quanto à evasão de pacientes, o responsável técnico explica que não é possível segurá-los dentro das unidades. “Sempre pedimos o acompanhamento de familiares, principalmente em casos de pessoas com problemas psiquiátricos ou dependentes de drogas, até para evitar esse tipo de situação, mas não podemos obrigá-los a ficarem dentro das UPAs, pois pode configurar cárcere privado”, explica o médico, esclarecendo ainda que não existe assinatura de termo de responsabilidade pelo paciente. “O que é feito é o registro no prontuário e a lavratura do boletim de ocorrência”, finaliza.