CIDADE

Artistas pedem o apoio da Fundação Cultural de Uberaba para sobreviver à pandemia

O produtor cultural Luiz Hozumi critica a falta de diálogo da FCU com a classe artística e clama por auxílio mais incisivo em Uberaba

Daniela Brito
Publicado em 16/04/2020 às 12:58Atualizado em 18/12/2022 às 05:41
Compartilhar

Foto/Divulgação

Produtor Luiz Hozumi afirma que a classe artística sequer sabe quando poderá voltar a trabalhar

Setor artístico, que engloba 5,2 milhões de empregos no país, sofre com os prejuízos decorrentes da pandemia da Covid-19. Muitos profissionais estão impedidos de se apresentarem, por conta do cancelamento de espetáculos, fechamentos de teatros e bares e casas noturnas que oferecem espaço para shows ao vivo. A situação dificulta a sobrevivência da classe em Uberaba.

O produtor cultural Luiz Hozumi diz que o setor foi o primeiro a ser afetado com as medidas de restrição e a situação está complicada para todos que trabalham na área. “Não temos noção de como a situação será revista e nem quando as atividades vão retornar para que possamos trabalhar”, diz.

Ele informa que as famosas lives, que estão acontecendo durante o período, funcionam apenas para grandes artistas. “Estes atraem grande público e têm seus patrocinadores”, destaca o produtor, ressaltando que estes artistas não fazem estes shows “apenas por fazer”, aleatoriamente.

Já para quem trabalha no dia-a-dia da área cultural, a situação é mais complicada pois não há retorno financeiro neste tipo de apresentação. “Não tem como sobreviver e gerar renda disso”, lamenta Luiz Hozumi.

O produtor cultural acredita que o setor público deve fomentar a área durante este período – o que está ocorrendo em alguns locais, como no Rio de Janeiro, por exemplo. Lá, houve a publicação de edital emergencial da ordem de R$ 25 milhões do Fundo Estadual da Cultura. Há ainda editais do Banco do Brasil e do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). A iniciativa privada também apresenta alternativas. O Itaú Cultural lançou o edital “Arte como respiro”, que vai atender projetos até R$ 10 mil, de produções feitas durante a pandemia e até a Netflix fez uma doação de R$ 5 milhões para atender quem trabalhadores do setor de audiovisual no Brasil. “Para quem não é grande artista e que trabalha na área tem que procurar o poder público ou estas instituições da iniciativa privada que estão fomentando o setor”, diz.

Como os valores previstos nos editais são pulverizados e dificilmente chegam aos artistas uberabenses, o produtor cultural defende uma atuação mais incisiva por parte do município, através da Fundação Cultural de Uberaba. Segundo ele, não há nenhuma ação neste sentido em andamento na cidade. Conforme o produtor, a FCU sequer possui um canal direto com a comunidade.

“Tudo é feito por meio de uma rede social e uma área desatualizada dentro da página da Prefeitura, onde não é possível consultar legislações pertinentes à área cultural”, diz Hozumi, lembrando que houve a recente troca de comando, cuja nova presidente, Jaine Basílio, ainda não é conhecida da classe artística. “Nós ainda não a conhecemos e ela não se apresentou”, completa.

Ele também aproveita e propõe a ideia de que seja lançada uma live, de iniciativa da própria FCU, reunindo todos os artistas uberabenses ou ações efetivas que contribuam para a sobrevivência da classe, como socorrer a classe para obter o auxílio emergencial do governo federal. “A FCU deve atuar para nos representar neste momento de pandemia buscando alternativas para a sobrevivência da classe”, diz.

A reportagem acionou a assessoria de imprensa da Fundação Cultural de Uberaba, que não havia se posicionado sobre o assunto até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto à manifestação.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por