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Fiscalização do Procon e ViSa encontra medicamentos vencidos em clínica veterinária

A responsável pela clínica confirma a presença dos medicamentos, mas explica que eram doações e que o estabelecimento não vende nenhum tipo de medicação

Publicado em 22/01/2020 às 15:08Atualizado em 18/12/2022 às 03:43
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Foto/Jairo Chagas

Foram apreendidos pelos agentes 104 medicamentos diversos, abertos e fechados, que serão descartados pela Vigilância Sanitária

Operação do Procon, Vigilância Sanitária, e do Ministério Público fiscalizou clínica veterinária localizada na Quinta da Boa Esperança nesta quarta-feira (22).

Segundo informou o Procon, a fundação recebeu denúncia anônima apontando diferentes irregularidades acontecendo na clínica. De acordo com informações do presidente Marcelo Venturoso, foi constatado que medicamentos vencidos eram vendidos e também utilizados pelo estabelecimento. 

“A clínica foi autuada pelos órgãos de proteção ao consumidor por manter na área de atendimento aos animais medicamentos e equipamentos veterinários com data de validade vencida, alguns com registro de vencimento no ano 2012. Foi ainda encontrado um animal felino morto dentro de um saco em situação de não acondicionamento”, explica Venturoso. 

A Polícia Militar prestou apoio à operação. Aos militares, a responsável pela clínica no momento da autuação explicou que o animal encontrado pertencia à própria clínica e que teria morrido ontem (21). A empresa responsável pelo recolhimento do animal para o correto descarte já havia sido acionada, mas não teria recolhido o gato até aquele momento. O recolhimento aconteceu logo após a chegada dos fiscais.

Ainda aos militares, a responsável pela clínica afirmou que os fiscais chegaram ao local alegando terem recebido denúncia sobre emissão de notas fiscais. A partir desse momento, começaram a verificar todo o estabelecimento até encontrarem os medicamentos vencidos, alocados no interior de um armário.

A reportagem entrou em contato com a clínica em questão. A responsável pelo estabelecimento classifica a operação como injustiça. Ela explica que a clínica apenas recebe doações a serem repassadas a ONGs, como a Supra. A análise sobre o vencimento dos itens doados é feita pela própria ONG que os recebe, até por falta de pessoal com tempo hábil na clínica para a fazer essa separação entre os que estão dentro da data de validade e os que não. Ela ainda esclarece que a clínica somente confere a validade de medicamentos doados para a própria clínica e são verificados pela veterinária responsável pelo atendimento aos animais. "Nós jamais colocaríamos a saúde e a integridade dos animais em risco ministrando medicamentos orais ou venosos neles", defende ela. 

Quanto ao gato, a responsável pela clínica esclarece que o animal chegou ao estabelecimento após resgate efetuado por colaboradora da Supra. Após o devido tratamento, o gato permaneceu na clínica, sobretudo pela afinidade que desenvolveu com as proprietárias. O animal permaneceu por lá por três anos, onde era extremamente bem cuidado, frisa ela. A responsável critica a postura dos fiscais em abrir o saco onde ele estava acondicionado e classificam como violação e desrespeito. "Com relação ao gato, a gente se pergunta é por que razão os fiscais registraram o fato de tê-lo encontrado. O pessoal da empresa responsável pelo recolhimento pede para que o corpo do animal fique refrigerado, mesmo que seja em geladeira comum. A geladeira de alimentos é outra, a de medicamentos é outra, e tem a geladeira onde o gato estava", explica ela, que frisa ter adotado o procedimento exigido pela empresa responsável pelo recolhimento e que o animal não foi recolhido no dia que morreu porque a própria empresa não pôde recolher. "A gente só queria dar um fim digno ao gato, que era adorado não só por nós, na clínica, como também pelos nossos clientes", desabafa. 

Foram apreendidos pelos agentes 104 medicamentos diversos, abertos e fechados. Após a apreensão, os medicamentos serão descartados pela Vigilância Sanitária.

Ainda de acordo com o Procon, foi instaurado Processo Administrativo no PROCON e a empresa tem 10 dias para apresentar defesa.

Uma cópia dos procedimentos realizados será encaminhada ao Conselho Regional de Medicina Veterinária para apuração ética da infração e aos demais órgãos ambientais para providências futuras.

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