CIDADE

Sociólogo diz que país necessita de projeto para sair da depressão

Palestrante da Adesg diz que o Brasil não vive recessão, mas depressão econômica, da qual sairá somente com o fim da polarização e de projetos com ideais de grandeza

Luiz Gustavo Rezende
Publicado em 12/11/2019 às 20:25Atualizado em 18/12/2022 às 01:53
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Jairo Chagas

Lorenzo Carrasco, sociólogo e jornalista, proferiu palestra ontem para o curso da Adesg em Uberaba

“O Brasil vive uma depressão econômica há cinco anos, isso não é recessão. O que o país vive é mais profundo, é uma depressão econômica, e essa questão de recessão é apenas uma narrativa criada por governos.” A análise é de Lorenzo Carrasco, sociólogo e jornalista, feita ontem em entrevista ao Jornal da Manhã

O sociólogo desembarcou em Uberaba para palestrar no curso da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg) e criticou duramente os últimos governos, que dirigiram o país sem um projeto. “Nós estamos assistindo a um empobrecimento do país e o que precisamos é de projetos que não sejam meramente obras. Precisamos de ideais da grandeza desse país”, aponta. Segundo Carrasco, o Brasil precisa de um ideal que unifique o país, unifique as tradições em prol de todos. “O país necessita ter de volta um ideal nacional, um ideal que unifique todos e tire o país dessa depressão que estamos mergulhados”, aponta.

Ele concluiu afirmando que a palestra dele é focada nesse tema, a necessidade de um projeto nacional. “É uma coisa que todo o país está reclamando. Então, estamos muito polarizados, muito divididos e isso é muito ruim. Podemos ver o que a polarização provocou agora com a Bolívia”, conclui. 

Em livro, palestrante afirma que os índios foram impedidos de produzir. Autor do livro “Quem manipula os índios”, o sociólogo e jornalista Lorenzo Carrasco afirma que a política nacional limita o índio e o impede de percorrer um processo de socialização com a sociedade. “Com 10 milhões de índios, o Brasil criou zoológicos indígenas. O que foi feito no Brasil foi uma coisa absurda, uma imposição que não deixou o índio produzir e prosperar”, analisa.

Ao longo do tempo, o próprio povo indígena, segundo Carrasco, está buscando meios para produzir e evoluir. “Eu tenho muito contato com a população de índios caiapós do Mato Grosso, do Pará, e todos reclamam que não têm capacidade de produção agrícola por estar limitados, e as comunidades indígenas estão querendo mudar essa realidade”, revela. Ele afirma que a limitação parte da Fundação Nacional do Índio (Funai). “O índio não pode produzir com trator, com métodos modernos, e isso é um absurdo, é um atentado contra um direito fundamental que é o direito do homem ao progresso”, pondera. 

Sobre a mineração em reservas indígenas, que chegou a ser discutida entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e garimpeiros, ele opinou que a questão é muito mais delicada por envolver interesses muito maiores e deve ser amplamente discutida.

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